A desarticulação de um esquema montado por criminosos envolvendo um falso escritório de investimentos foi relevada na manhã desta quinta-feira (5). A partir de um caso que surgiu em Canoas, foram descobertas vítimas no Paraná e São Paulo, ludibriadas a passar valores ao grupo por meio de depósitos bancários.
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Ao seguir o dinheiro, os agentes da 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas chegaram a um casal de influenciadoras que ostenta vida de luxo e promove jogos pela internet nas redes sociais. Carlliana Leite e Erica Melo acabaram identificadas como parte do esquema montado por suspeitos presos, no início da manhã desta quinta-feira, no Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
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Segundo a Polícia Civil, embora Carlliana apareça abertamente em vídeos, Erica é mais discreta e não possui perfis com o nome bem identificado. “Sou a namorada da Carlliana e me conhecem como Pichu”, ela se apresenta.
As duas, no entanto, são apontadas por estarem promovendo jogos ilegais, como o Jogo do Tigrinho, Jogo da Tarefa e também de Bets. “Elas foram ouvidas na manhã desta quinta-feira, em São Paulo”, confirma a delegada Luciane Bertoletti, que diz que a Polícia quer entender como o dinheiro dos golpistas acabou em contas ligadas ao casal.
A investigação também aponta para possível crime de lavagem de dinheiro, com movimentações vultuosas. Esses valores, segundo apurado, seriam misturados com outros e convertidos em criptomoedas.
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Conforme a delegada, um vídeo divulgado pelas influenciadoras com o título “Pichucas tão de nave”, em que o casal comprou um Porsche novo em uma loja de São Paulo, chamou atenção da Polícia. “O casal de influencers ostenta vida de luxo nas redes sociais, onde posta aquisição de veículos avaliados em mais de R$ 1 milhão, maços de dinheiro supostamente auferidos com os jogos”, explica a delegada.
Entenda o caso
A Polícia Civil lançou nesta manhã a batizada Operação Vegas, que mira um casal de influenciadoras digitais, suspeito de movimentar muito dinheiro por meio do golpe do “falso investimento”.
Foram seis presos apontados como integrantes do esquema envolvendo estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, conforme a apuração conduzida pela 3ª DP de Canoas. A investigação começou após um golpe aplicado contra uma aposentada canoense que perdeu R$ 40 mil ao acabar “ludibriada” por dois homens envolvidos com as influenciadoras.
Segundo a delegada Luciane Bertoletti, a vítima caminhava pelo Centro da cidade quando acabou abordada por um homem que lhe questionou sobre um escritório de investimento instalado em Canoas.
Ela disse desconhecer o endereço, então, outro homem apareceu e confirmou o local da empresa. O primeiro disse que receberia R$ 2 milhões após a morte repentina do pai, mas precisava de duas testemunhas.
“A vítima foi levada na conversa e esteve no escritório de fachada, onde se tornaria testemunha da transação”, explica. “Mas ela acabou enganada e depositou R$ 40 mil necessários para concluir o saque do dinheiro.”
Luciane conta que a vítima jamais recebeu o valor prometido pelo suspeito que a abordou. Procurou a Polícia para prestar queixa. Foi então que começaram a seguir os rastros do tal escritório.
A apuração levou a Polícia Civil até criminosos em Passo Fundo, que transferiam dinheiro para comparsas em Sergipe. O esquema era administrado por meio de contas bancárias pertencentes a uma influenciadora digital de São Paulo.
Modus operandi
Segundo a delegada Luciane, os crimes investigados por meio da Operação Vega são diferentes daqueles que resultaram na prisão do casal de influenciadores de Canoas Gladison Pieri e Pamela Pavão.
Enquanto o casal de influenciadores gaúcho se valia de rifas, as duas suspeitas paulistas investem em outros tipos de esquema para faturar e atrair vítimas à malha criminosa.
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Sem retorno
A reportagem tentou contato com as influenciadoras, no entanto, até a publicação, não houve retorno.