CASO FOI PARAR NA POLÍCIA

Saiba o que guru espiritual que praticava rituais de sexo livre fez com integrantes de seita no RS

Pacotes de imersão da seita com unidades em Porto Alegre e Viamão custavam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil; entenda o caso

Publicado em: 12/12/2024 13:05
Última atualização: 12/12/2024 13:06

Um guru espiritual que praticava, entre as terapias que oferecia, rituais de sexo livre, foi alvo da Polícia Civil nesta semana.

Mandados de busca e apreensão foram realizados na comunidade alternativa, no bairro Cantagalo, no limite entre os municípios de Porto Alegre e Viamão. A ação dos agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão ocorreu na manhã do dia 11.


Seita de guru espiritual é alvo de operação da Polícia Civil no RS Foto: Polícia Civil

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A investigação teve início quando ex-integrantes da comunidade procuraram o Ministério Público (MPRS) relatando uma série de atos violentos praticados pelo líder.

Segundo a delegada Jeiselaure de Souza, várias vítimas que foram ouvidas disseram que procuravam a comunidade com o intuito de realizar as imersões e terapias bioenergéticas alternativas, meditações e outros rituais como a prática de sexo livre como processo terapêutico.

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Também houve denúncias de que crianças eram expostas às práticas do local.

O guru cobrava por pacotes de imersão, que custavam entre R$ 8.000,00 (oito mil reais) e R$ 12.000,00 (doze mil reais), e, após decidirem morar no local, os integrantes pagavam uma mensalidade e participavam de outras diversas atividades, como a venda de pães, agendas e cadernos.

Todas as atividades eram coordenadas pelo líder, com o pretexto de que seriam revertidas em prol da comunidade; no entanto, isso não ocorreu, de acordo com a Polícia.

As vítimas ainda narraram que sofriam tortura psicológica, violência física e patrimonial, além de crimes financeiros, sempre coagidas pelo líder e alguns outros integrantes da seita que realizavam os tratamentos alternativos no local.

Além da sede em Viamão, a comunidade mantinha uma sede no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, onde vendiam pães e outros produtos, mas recentemente foi desativada.

Golpe milionário

Entre os crimes investigados, a apuração aponta que, principalmente após a pandemia, o líder exigiu que todos os integrantes fizessem empréstimos bancários de altíssimo valor e entregassem para a comunidade.

Contudo, ele desviou os valores e usou em proveito próprio, fazendo viagens luxuosas, investindo em suas empresas e também perdendo um alto valor em apostas on-line.

A estimativa é que o líder espiritual tenha obtido e desviado mais de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) em proveito próprio. 

O prejuízo das vítimas é superior a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais), em razão das dívidas contraídas após a pandemia.

Apreensões 

Na ação, foram apreendidos documentos, computadores, telefones celulares e máquinas de cartão, além de várias fotografias. Os indivíduos envolvidos são investigados pela prática de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e violações previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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