O motorista de 23 anos que provocou o acidente na RS-239 que deixou um menino de 2 anos tetraplégico foi denunciado pelo Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul. No dia 29 de outubro, o acusado dirigia um Chevrolet Onix quando fugiu de uma barreira da Brigada Militar e, durante a fuga, pela contramão na rodovia estadual, colidiu no Renault Clio de uma família de Novo Hamburgo.
No veículo atingido no trecho de Parobé estavam dois adultos e três crianças que moram no bairro São Jorge e viajavam para o litoral norte. O menino Joaquim Gonçalves da Silva ficou gravemente ferido, foi levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre e depois transferido para o Hospital de Clínicas, onde segue internado e sem previsão de alta hospital. Ele teve uma fratura da medula espinhal até a Torácica (T2), e com isso perdeu os movimentos das pernas e dos braços.
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O pai da criança ficou levemente ferido, a mãe precisou passar por dois procedimentos cirúrgicos e ainda se recupera com sessões de fisioterapia. Já os irmãos, de 9 e 4 anos, um menino e uma menina, respectivamente, também tiveram lesões. O mais velho segue com gesso na perna e a outra teve ferimentos leves e foi liberada no mesmo dia.
O motorista em fuga foi denunciado por cinco homicídios tentados tripla ou quadruplamente qualificados, desobediência, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Segundo o MP, quando foi preso logo após provocar o acidente, ele portava e transportava arma de fogo e munições de uso restrito, além de conduzir um veículo que sabia ser produto de um crime [roubado].
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“Ao fugir da polícia em alta velocidade e pela contramão, o denunciado assumiu o risco de matar as cinco vítimas, agindo, assim, no mínimo, com dolo eventual. Os cinco homicídios tentados foram cometidos com meio que resultou perigo comum, mediante recurso que dificultou a defesa viária de todas as vítimas, para assegurar a ocultação e a vantagem de outros crimes e, ainda, três vítimas são crianças, de 2, 4 e 9 anos de idade”, disse o promotor Rafael Pinter, na denúncia.
O promotor destaca também que “o resultado morte das vítimas, que era previsível e cujo risco foi assumido pelo homem ao dirigir em alta velocidade em fuga da polícia e ao ingressar na contramão, somente não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade”. A denúncia foi encaminhada na última quinta-feira (5) para o Tribunal de Justiça, que pode aceitar ou não.
Família de Joaquim pede ajuda
O acidente mudou a rotina da família hamburguense. Diariamente, parentes precisa se deslocar ao hospital da capital gaúcha para ficar com o menino, que precisa de acompanhamento durante 24 horas. O carro da família ficou destruído na colisão e, para o deslocamento, o pai usa um veículo emprestado.
Ainda assim, as viagens para Porto Alegre geram gastos, como gasolina e estacionamento. Os pais de Joaquim estão desempregados e se revezam para ficar com o menino no hospital. Eventualmente contam com o apoio de parentes para acompanhar a criança.
Quem tiver interesse em contribuir, a família aceita ajuda direta por meio do Pix da mãe, Camila Gonçalves, através da chave milla.gremio@gmail.com, que pertence ao Banco Itaú.
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