Os irmãos se davam bem. Mas uma discussão fez com que um baleasse o outro no peito, no bairro Rincão, em Novo Hamburgo, há 13 anos. Nesta terça-feira (30), em júri no fórum da cidade, o atirador foi sentenciado a seis anos de prisão em regime semiaberto pelo crime de tentativa de homicídio. Nilton Gonçalves da Silva, 47, pode recorrer em liberdade.
Mesmo que a vítima tenha declarado que perdoa o irmão, os jurados decidiram condenar. Ao definir o tempo de pena, o juiz Flavio Curvello de Souza mencionou que o réu já tem condenação por tráfico de drogas, mas observou que não pode ser considerada “mau antecedente” porque o fato ocorreu depois da tentativa de homicídio.
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“Conforme reconhecido pelo Conselho de Sentença, o motivo do delito foi fútil, tendo em vista que perpetrado pelo mero descontentamento da vítima com a namorada do denunciado”, despachou o juiz.
Discussão e tiros
De acordo com o Ministério Público, Nilton foi à casa do irmão, na Rua Caxias do Sul, por volta das 5h30 de 12 de junho de 2011, e passou a discutir com ele. Não se conformava com o posicionamento da vítima, que não aceitava o relacionamento amoroso do denunciado, sob argumento de que estavam sumindo objetos da família. A suspeita é que a namorada de Nilton estava praticando os furtos. A vítima também sustentava que ela não era boa companhia.
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Ainda segundo a acusação, o desentendimento era verbal, até que, repentinamente, o réu começou a dar socos no irmão e efetuou dois disparos. Um tiro atingiu o peito. Nilton foi embora com a arma. Ferido na casa, o morador denunciou o irmão. Foi levado ao hospital, passou por cirurgia e se recuperou.
Flagrante em “boca de tráfico” quatro meses depois
Quatro meses depois de balear o irmão, o acusado foi preso com droga no bairro Rondônia. No dia 3 de novembro de 2011, policiais civis flagraram Nilton com 10 pedras de crack, duas sacolas com farelos da substância e 323 reais que seriam oriundos do tráfico. Um usuário, que recém tinha comprado crack do acusado, foi arrolado como testemunha.
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“Ademais, há indícios de que o flagrado mantém uma “boca” de tráfico em sua residência e trafica drogas profissionalmente, para um número considerável de usuários”, diz o despacho judicial que decretou a prisão preventiva. Em maio de 2013, saiu a condenação. O tempo de pena, porém, não é detalhado no processo.
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