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APÓS MORTE NA PECAN

Retaliação? Assassinado em mecânica de Canoas era companheiro de facção de Nego Jackson

Suspeitos do homicídio acabaram presos pela Brigada Militar (BM), minutos após o crime, nesta quarta-feira (27)

Publicado em: 28/11/2024 às 15h:29 Última atualização: 28/11/2024 às 15h:30
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A Polícia Civil confirmou a identidade do homem assassinado a tiros, no final da manhã desta quarta-feira (27), em uma mecânica do bairro Niterói.

Assassinato de Dezimar de Moura Camargo, o Tita, 44 anos, aconteceu em uma oficina mecânica à luz do dia



Assassinato de Dezimar de Moura Camargo, o Tita, 44 anos, aconteceu em uma oficina mecânica à luz do dia

Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

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Dezimar de Moura Camargo, o Tita, 44 anos, era conhecido por envolvimento com o tráfico de drogas e entorpecentes com criminosos da zona norte de Porto Alegre.

Condenado por homicídio doloso, roubos e extorsão, ele havia sido transferido da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas para a Penitenciária Federal de Campo Grande, em 2017.

Ele retornou pouco antes da pandemia ao sistema prisional gaúcho. Com 31 anos, um mês e 12 dias de penas a cumprir até 2032, acabou sendo liberado nas últimas semanas.

Segundo fonte da polícia, Tita era considerado um dos líderes da Família do Sul, comandada por Jackson Peixoto Rodrigues, o Nego Jackson, morto a tiros no último dia 23 na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan 3).

Como confirmou o diretor do Departamento Estadual de Homicídios, o delegado Mario Souza, durante entrevista concedida nesta quarta-feira (28), Tita acabou emboscado em Canoas.

Ele verificava um problema em uma Jeep Renegade em uma mecânica, na Rua Itália, no bairro Niterói, quando criminosos armados chegaram ao local.

Foram mais de 30 disparos com pistolas com calibre 9 milímetros contra a vítima. Tita morreu no local. Das dezenas de tiros, dez acertaram o ex-detento.

Capturados

Os criminosos fugiram do local em uma Fiat Toro vermelha. Eles acabaram abandonando o carro, minutos depois, no bairro Estância Velha.

Os suspeitos embarcaram em um Ford Fiesta, mas acabaram sendo interceptados pela Brigada Militar (BM). Houve confronto no bairro Olaria.

Três suspeitos foram presos após a troca de tiros. Um Policial Militar (PM) e um criminoso acabaram feridos. O brigadiano se recupera, mas o suspeito segue internado.

Segundo o comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Canoas, houve a resposta rápida da BM ao homicídio por conta do reforço do policiamento em Canoas.

“Houve o incremento de Policiais Militares em Canoas antes mesmo do homicídio”, afirma o tenente-coronel Clóvis Ivan Alves.

Sigilo

Segundo o delegado Rafael Naves, que responde interinamente pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas, é preciso aguardar até que seja esclarecida a motivações em torno da morte de Tita.

“Qualquer informação divulgada agora pode vir a prejudicar a investigação”, disse. “Por isso, por enquanto, vamos manter o caso em sigilo. Assim que for viável, vamos divulgar as informações pertinentes”.

Nova facção

Há exatamente um ano, a Polícia Civil lançava a batizada Operação do Altomonte, mirando desarticular integrantes de uma nova facção criminosa, que ficou conhecida como Família do Sul (FMS).

A organização nasceu da união de criminosos oriundos da zona Sul e norte de Porto Alegre, visando o domínio de pontos de tráfico na capital por meio do enfrentamento com traficantes do bairro Bom Jesus e do Vale dos Sinos.

Na época, a Polícia Civil prendeu 63 pessoas, no entanto, um dos principais alvos da ação já estava preso. Trata-se de Jackson Peixoto Rodrigues, o Nego Jackson, antes conhecido líder da facção Anti-Bala ou V7.

Tita, contudo, circulava com tornozeleira eletrônica, no bairro São Geraldo, na zona norte de Porto Alegre, quando acabou capturado pela Polícia Civil.

Entenda o caso

Considerado um criminoso de alta periculosidade, Jackson Peixoto Rodrigues, o Nego Jackson, foi assassinado com sete tiros durante o último sábado (23). Ele morreu em uma cela de triagem da Penitenciária de Canoas.

Conforme uma fonte ligada à Polícia Civil de Canoas, os inimigos queriam Jackson morto há tempo. Isso porque ele continuaria dando ordens à frente da Família do Sul, mesmo em uma penitenciária.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Canoas identificou os dois suspeitos do crime como Rafael Telles da Silva, conhecido como Sapo, e Luis Felipe de Jesus Brum.

Não à toa, os dois são criminosos conhecidos por estarem ligados à facção Bala na Cara (BNC), principal rival da Família do Sul pelo controle de pontos de traficância de drogas e entorpecentes em Porto Alegre.

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