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HISTÓRICO CRIMINAL

Restaurante temático argentino é alvo de operação contra lavagem de dinheiro em Nova Petrópolis

Proprietário é suspeito de liderar uma rede que utilizava terceiros para movimentar dinheiro de origem ilícita através de saques em casas de câmbio

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 16/09/2024 às 12h:03 Última atualização: 16/09/2024 às 12h:04
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Um restaurante temático argentino, em Nova Petrópolis, foi alvo de ação da Polícia Civil nesta segunda-feira (16). A operação denominada Tango Gaúcho tinha como objetivo desmanchar esquema de lavagem de dinheiro, inclusive à nível internacional. 

Veículo foi apreendido na Operação Tango Gaúcho, em Nova Petrópolis



Veículo foi apreendido na Operação Tango Gaúcho, em Nova Petrópolis

Foto: Polícia Civil

Conforme o delegado responsável, Fabio Idalgo Peres, dois mandados, no restaurante e na residência do suspeito, foram cumpridos. Um veículo Mercedes foi apreendido, assim como um passaporte suspeito e diversos documentos, além de aparelhos telemáticos – de monitoramento. 

Um dos investigados é o proprietário do estabelecimento, o argentino Guillermo Saul Ameri. O suspeito ostentava um alto padrão de vida, proveniente de sua atividade ilícita no exterior. E ele já tem histórico criminal. Em 2022, foi preso pela Polícia Federal, pelo mesmo crime. Na época, foi encontrado com US$ 18 mil e R$ 15 mil dólares em espécie, sem comprovação de origem lícita.

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Conforme a DP de Nova Petrópolis, Ameri é suspeito de liderar uma rede que utilizava terceiros para movimentar dinheiro de origem ilícita através de saques em espécie em casas de câmbio e operações de compra e venda de imóveis.

O valor total movimentado ainda é investigado, mas sabe-se que o dinheiro era proveniente de atividades ilegais em diversos países.

Histórico no exterior

Conforme reportagem do Ministério Público do Paraguai, Ameri estaria foragido naquele país após aplicar golpes relacionados à venda de títulos falsos de uma herança de origem brasileira, o que causou prejuízos para mais de 300 pessoas. Ele seria um dos principais líderes. Além dele, outros quatro estariam envolvidos nesses crimes no exterior.

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O grupo solicitava uma quantia de US$ 1 mil dólares, para ingressar em um grupo de WhatsApp e acompanhar os trâmites administrativos. Uma vítima chegou a pagar mais de 200 milhões de guaranis paraguaios, o equivale a mais de R$ 140 mil. Os crimes ocorriam, pelo menos, desde 2019.

No país vizinho, já foi indiciado por diversos crimes, incluindo estelionato, extorsão, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O mandado de captura não consta na difusão vermelha da Interpol e teria sido levantado pelo juiz de garantias daquele país.

Impacto no turismo e economia

A Polícia Civil alerta que crimes como esse afetam diretamente a economia local, pois geram concorrência desleal e prejudicam a imagem turística da cidade. “A lei exige que corretoras de câmbio e pessoas que atuam no mercado imobiliário, como compra, venda e locação de imóveis estejam sujeitas a mecanismos de controle e prevenção à lavagem de dinheiro”, explica a instituição. 

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