CATÁSTROFE NO RS

Resgate de armas por voluntários no aeroporto, revelado pelo Grupo Sinos, ganha destaque internacional

Jornais do mundo repercutem reportagem do jornalista Silvio Milani, que detalha como civis foram enganados e supostamente coagidos para participar da arriscada operação

Publicado em: 19/05/2024 22:18
Última atualização: 19/05/2024 22:19

A insólita remoção de 3,5 mil armas do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, revelada em reportagem do jornalista Silvio Milani no site ABC+, do Grupo Sinos, ganhou repercussão internacional.

The Washington Post e Associated Press noticiaram caso das armas no aeroportoReprodução
The Washington Post e Associated Press noticiaram caso das armas no aeroportoReprodução

O Washington Post, dos Estados Unidos, e a Euronews, sediada na França, estão entre os jornais que ecoaram o fato de voluntários civis terem sido colocados na linha de frente da arriscada operação, no último dia 9. 

A carga da empresa Taurus, entre fuzis e pistolas, estava retida no terminal de exportação em razão das enchentes. A agência de notícias norte-americana Associated Press também abordou sobre como os voluntários foram enganados e supostamente coagidos.


Grupo de amigos participou da remoção de 156 caixas com fuzis e pistolas pela água Foto: Reprodução

“Fomos chamados para resgatar crianças e acabamos virando escudo humano”, relata o investidor Nicolas Vedovatto, 26 anos. Ele frisa que o grupo de cinco amigos só foi informado em cima da hora que o resgate era de armas. "A gente relutou, mas nos disseram que agora estávamos sabendo de algo muito sigiloso e não podíamos voltar atrás." 

Uma médica de 31 anos reitera o que o grupo passou. “Nos sentimos coagidos”, diz ela, que pede para não ser identificada. O namorado dela, um empresário de 30 anos, foi junto. Também prefere preservar a identidade.

“É surreal o que passamos. Ainda não caiu a ficha”, comenta o analista de sistemas Igor Garcia de Oliveira, 26, ao lado do empresário do setor metalúrgico Isaac Freire Lopes, 25. Os voluntários trabalharam na remoção das armas com um caminhoneiro e um barqueiro que eles contrataram. Também providenciaram dois barcos e equipamentos.

A Taurus e a Polícia Federal, por meio de notas, dizem que não têm conhecimento da participação de civis na remoção das armas.

Segundo a PF, a notícia da carga ilhada no terminal de exportação já tinha vazado para uma facção criminosa, que estaria planejando ousado ataque. Era preciso remover com urgência o arsenal das instalações alagadas.

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