A insólita remoção de 3,5 mil armas do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, revelada em reportagem do jornalista Silvio Milani no site ABC+, do Grupo Sinos, ganhou repercussão internacional.
O Washington Post, dos Estados Unidos, e a Euronews, sediada na França, estão entre os jornais que ecoaram o fato de voluntários civis terem sido colocados na linha de frente da arriscada operação, no último dia 9.
A carga da empresa Taurus, entre fuzis e pistolas, estava retida no terminal de exportação em razão das enchentes. A agência de notícias norte-americana Associated Press também abordou sobre como os voluntários foram enganados e supostamente coagidos.
“Fomos chamados para resgatar crianças e acabamos virando escudo humano”, relata o investidor Nicolas Vedovatto, 26 anos. Ele frisa que o grupo de cinco amigos só foi informado em cima da hora que o resgate era de armas. “A gente relutou, mas nos disseram que agora estávamos sabendo de algo muito sigiloso e não podíamos voltar atrás.”
Uma médica de 31 anos reitera o que o grupo passou. “Nos sentimos coagidos”, diz ela, que pede para não ser identificada. O namorado dela, um empresário de 30 anos, foi junto. Também prefere preservar a identidade.
“É surreal o que passamos. Ainda não caiu a ficha”, comenta o analista de sistemas Igor Garcia de Oliveira, 26, ao lado do empresário do setor metalúrgico Isaac Freire Lopes, 25. Os voluntários trabalharam na remoção das armas com um caminhoneiro e um barqueiro que eles contrataram. Também providenciaram dois barcos e equipamentos.
A Taurus e a Polícia Federal, por meio de notas, dizem que não têm conhecimento da participação de civis na remoção das armas.
Segundo a PF, a notícia da carga ilhada no terminal de exportação já tinha vazado para uma facção criminosa, que estaria planejando ousado ataque. Era preciso remover com urgência o arsenal das instalações alagadas.
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