CANOAS

"Quebra de sigilo bancário absurda": Polícia revela detalhes da nova prisão do casal de influenciadores

Menos de duas horas após serem liberados da primeira prisão, eles já começam a fazer novas rifas. Investigados movimentaram mais de R$ 10 milhões em poucos meses

Publicado em: 09/08/2024 11:40
Última atualização: 09/08/2024 13:22

O casal de influenciadores envolvido com um esquema de venda de rifas nas redes sociais foi novamente preso nesta sexta-feira (9) em Canoas. O motivo da prisão preventiva, segundo a Polícia Civil, foi que os investigados voltaram a divulgar rifas horas depois de serem liberados na delegacia, na última terça-feira.


"Quebra de sigilo bancário absurda": Polícia revela detalhes da nova prisão do casal de influenciadores Foto: Paulo Pires/GES

"Em menos de duas horas eles já começam a fazer novas rifas de veículos. O que chama mais atenção, além disso, é o veículo apreendido estar no leilão. É impossível entregar esse veículo. Se trata de um possível estelionato", afirma o delegado Cristiano de Castro Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana.

Gladison Pieri e Pamela Pavão foram alvos de uma operação da Polícia Civil no início da semana, quando foram presos e liberados no mesmo dia, após pagamento de fiança de aproximadamente R$ 100 mil.


Presos pela manhã e soltos à tarde sob fiança de R$ 100 mil, investigados afirmam que rifas virtuais são legalizadas Foto: Redes sociais/Reprodução

Segundo a Polícia, além de continuarem praticando os delitos, eles não cooperaram com a investigação e publicaram até piadas nas redes sociais, com postagens como "bateu na trave".

A prisão preventiva foi protocolada na quinta-feira (8) e cumprida nesta manhã. O casal foi encaminhado para o presídio. O delegado não divulgou para qual penitenciária eles iriam. 

Em manifestações nas redes sociais, após as prisões desta terça, eles voltaram a declarar que a operação das riras era regularizada. Porém, a PC aponta que não é regular. É permitido até 100 mil números em sorteios legais, mas eles acrescentavam um dígito e subiam para 1 milhão o número de cotas vendidas, o que fazia com que não houvesse premiados na maioria das vezes. 

Alguns prêmios chegavam a ser entregues, o que faria parte do plano. "Essa movimentação no meio social de que aquilo ali é legal, de que entrega, de que eu conheço um vizinho ou um amigo que recebeu, faz parte do processo de convencimento das pessoas a comprarem", relata Reschke.

A investigação começou em julho de 2023. Nos últimos sete meses, a Polícia identificou a movimentação de R$ 10 milhões em contas pessoais de Gladison e Pamela. "Eles têm uma movimentação que traz uma quebra de sigilo bancário absurda de informações porque são centavos, são rifas com valores bem diminutos, mas que no montante passam desses milhões de reais", fala o delegado.

Na operação desta semana, quase 20 milhões em bens foram apreendidos.

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