Em meio a investigação da chacina em Rolante no dia 1º de setembro, a Polícia Civil acabou surpreendida ao identificar que, entre os mais de dez carros usados no comboio formado pelos criminosos, havia uma ambulância.
Foto: Reprodução/Polícia Civil
A apuração apontou que os criminosos formaram um comboio que partiu de Portão em direção a Rolante para primeiro sequestrar os alvos e posteriormente levá-los até o local das execuções.
Conforme divulgado durante a coletiva organizada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (19), os carros usados pelos criminosos tinham placas clonadas e acabaram abandonados logo após a chacina.
Foto: Polícia Civil
Havia dois veículos com giroflex, para simular carros da polícia, e mais a ambulância, devidamente adesivada, que foi flagrada em vídeos de câmeras de segurança ao curcular com os criminosos armados.
Na avaliação do delegado Thiago Carrijo, destacado pelo Departamento de Homicídios para colaborar no trabalho da Delegacia de Polícia de Rolante, a ambulância acabou auxiliando e “abrindo caminho” para os criminosos.
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“Sabemos que para arrebatar as vítimas eles se passaram por policiais”, frisa. “Então imaginamos que um veículo com giroflex no comboio acabou abrindo caminho, porque ele puxou o comboio naquela noite do crime.”
A polícia só não sabe ainda como um veículo oficial acabou nas mãos dos criminosos e se há alguém da saúde por trás do carro usado naquela madrugada e apreendido durante a apuração.
Fato, diz o delegado Thiago Carrijo, é que não existe nenhum roubo de ambulância registrado em data anterior ao crime, razão pelo qual a polícia ainda tenta esclarecer o episódio.
“É algo que queremos que o inquérito esclareça, mas por enquanto temos os suspeitos do crime, mas não podemos dizer muito sobre como a ambulância acabou com os criminosos”, conclui.
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O crime
No primeiro dia deste mês, quatro homens foram executados com mais de 150 tiros em frente ao condomínio, na Avenida Bento Gonçalves. As vítimas da chacina moravam em Rolante. Foram identificadas como Elias Vargas da Rosa, 22 anos, Everton Danei Hadlich da Fonseca, 40, Michel Rodrigo Emmerich, 35, e Pablo Rafael Machado de Oliveira, 23.
Segundo a Polícia, foram cumpridas 48 ordens judiciais durante a Operação Vindex. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Portão, Estância Velha, Campo Bom, São Leopoldo, Guaíba e Novo Hamburgo.
A investigação aponta que as quatro vítimas foram arrebatadas de suas residências. Uma das casas foi incendiada. Na sequência, os criminosos se deslocaram em comboio para executar as vítimas na frente de um condomínio, no bairro Rio Branco.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Após o crime, os suspeitos teriam se evadido da cidade, novamente em comboio. Durante a investigação, a Polícia Civil identificou suspeitos e outros veículos envolvidos no crime que, inclusive, deram suporte à fuga dos executores dos homicídios.
De acordo com a Polícia, o planejamento e execução do crime foi efetuado por integrantes de uma organização criminosa contra membros de uma facção rival. Os homicídios foram praticados no contexto de disputa pelo domínio dos pontos de tráfico de drogas na cidade de Rolante.
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