Após mais uma fase da operação Leite Compensado, que teve como alvo uma indústria de laticínios do Vale do Paranhana, as vigilâncias sanitárias dos municípios gaúchos foram orientadas a percorrer supermercados de suas áreas para retirar de circulação produtos lácteos fabricados pela Dielat, de Taquara. Para o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), empresa adulterava leite com a adição de soda cáustica e água oxigenada, principalmente para recuperar produtos vencidos ou estragados.
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A solicitação para retirar das prateleiras os produtos das marcas Mega Milk, Cootall, Mega Lac e Tentação, todas produzidas pela Dielat, foi feita pelo MPRS. A medida se baseia nos indícios obtidos durante a investigação, que apontam que o leite adulterado pode ser nocivo à saúde humana.
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Na tarde desta quinta-feira (12), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou ter recebido a notificação do MPRS e informou que já oficiou as prefeituras para que as equipes de saúde sanitária iniciem as fiscalizações nos estabelecimentos locais. Todos os produtos da Dielat encontrados nos supermercados devem ser recolhidos pelas vigilâncias municipais.
A prefeitura de Novo Hamburgo confirmou que o departamento de Vigilância Sanitária (Visa) da cidade recebeu ofício “informando os produtos, marcas, datas de fabricação e validade, e lotes dos leites que foram interditados cautelarmente pela Operação Leite Compensado”. A administração municipal disse ainda que está entrando em contato com os estabelecimentos comerciais de alimentos para informar sobre a notificação e solicitar o encerramento da venda desses produtos.
Além disso, a Visa de Novo Hamburgo segue atuando nos estabelecimentos alimentícios e, caso sejam encontrados produtos da Dielat, “serão realizadas todas as medidas pertinentes”. A orientação é que consumidores que se depararem com a venda das marcas citadas acima realizem, se quiserem, denúncia pelo canal da ouvidoria SUS, por meio do WhatsApp (51) 99831-6500.
Químico industrial responsável pela adulteração é preso novamente
A operação, realizada na quarta-feira (11), resultou na prisão de cinco pessoas. Entre os detidos estão o sócio-proprietário da empresa, capturado em São José do Rio Preto (SP), e o químico industrial Sérgio Alberto Seewald, conhecido como o “alquimista” ou “mago do leite”. Seewald foi encontrado em Imbé, no litoral norte gaúcho.
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O “alquimista” não é um desconhecido das autoridades. Ele já esteve envolvido em fraudes no setor lácteo e foi preso em 2014, durante a quinta fase da mesma operação, na cidade de Imigrante, no Vale do Taquari. Seu histórico de envolvimento em adulterações de produtos lácteos já dura pelo menos 10 anos, consolidando sua reputação como um dos principais articuladores desse tipo de crime no Estado.
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