"MUITA INTRIGA"

PRISCILA DINIZ: Vítima de homicídio se dizia oprimida e ameaçada pela sogra em Novo Hamburgo

Saiba qual o possível motivo do crime, que teria sido ordenado pela idosa e o filho, marido da vítima, presos nesta terça-feira

Publicado em: 22/10/2024 21:33
Última atualização: 05/11/2024 17:15

“É uma dor muito grande”, declarou à reportagem o comerciante Jonas Diniz da Silva, 41 anos, no último dia 14, quando a esposa, Priscila Morgana Alves Diniz, 34, morreu por causa de um tiro na cabeça. Na manhã desta terça-feira (22), ele e a mãe, Terezinha Diniz da Silva, foram presos como mandantes. A idosa, de idade não informada, é considerada a pivô do crime. O motivo é passional, com componente financeiro.


Priscila Diniz Foto: Reprodução/Redes sociais

A vítima e os dois suspeitos trabalhavam juntos no restaurante da família, na Rua Vereador Darci Jaime Keler, bairro Canudos, em Novo Hamburgo. O negócio está registrado em nome da idosa. Priscila foi baleada na frente, às 6h45 do feriado de 12 de outubro, quando chegava para trabalhar, e morreu dois dias depois no Hospital Municipal.

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“Muita intriga”

Priscila se sentia oprimida e ameaçada pela sogra. Relatava, em tom de aflição, que a idosa a tratava mal. “Ela faz muita intriga. Está tentando me separar do Jonas”, comentou a uma pessoa próxima, em agosto. O casal, que estava junto há oito anos e não tinha filhos, cogitava terminar o relacionamento. A idosa estava preocupada com a partilha dos bens, sentimento que contagiava Jonas.

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Em outro desabafo, Priscila disse que era a primeira a chegar ao restaurante, diariamente, pouco depois das 6 horas. Abria, organizava o ambiente e começava a preparar as refeições. Também fazia faxina.

Sem remuneração

“Faço o que posso, trabalho muito. Fico muito mal com as mentiras dela (Terezinha) para me prejudicar, porque não faço mal a ninguém.” O marido e a sogra costumavam chegar por volta das 7h30 ao restaurante. Priscila não era remunerada pelos lucros. 

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Jonas e a mãe demonstraram abatimento no velório e enterro de Priscila. Para familiares da vítima, era fingimento. “Ele me abraçou forte na capela, como se estivesse sofrendo muito”, relata uma testemunha. O comerciante tem quatro filhos de outro relacionamento.

Possível executor também foi capturado

O possível executor, que seria parente dos supostos mandantes, teria fugido para Garopaba, no litoral catarinense, onde também foi preso nesta terça. Ele, Jonas e Terezinha passaram à tarde por audiência de custódia no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre, e foram encaminhados a presídios.

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Mãe e filho foram presos em casa, na Rua Walkiria Spindler, bairro Canudos, antes das 7 horas. Somente à noite, horas após a reportagem do Grupo Sinos revelar a operação, a Polícia Civil confirmou as capturas, por meio de nota. As prisões são temporárias de 30 dias. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no restaurante.

O crime

Flagrado por câmeras, o assassinato causou comoção. A Polícia não tem dúvida que foi uma execução premeditada. Os criminosos rondavam a área meia hora antes de Priscila chegar. Assim que a comerciante estacionou uma Honda Biz na frente do restaurante, a moto dos bandidos parou e o caroneiro desceu com uma arma apontada para a cabeça dela.


Ataque a tiros em frente a restaurante aconteceu no dia 12 de outubro; Priscila morreu dois dias depois no Hospital Municipal Foto: Letícia Prior Breda/GES-Especial

Priscila tirou o capacete, possivelmente a mando do assassino, que passou a apertar o gatilho diversas vezes contra ela. Priscila parecia implorar pela vida, segurando o capacete na mão esquerda. Ela largou o objeto e chegou a erguer os dois braços, na posição de vítima rendida e indefesa, até que, encurralada no outro canto da entrada do restaurante, foi atingida à queima-roupa.

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Com o disparo, o comparsa, que aguardava em uma moto ligada, arrancou em fuga. O atirador foi embora com a Biz da vítima, encontrada abandonada na Rua Vidal Brasil no fim da manhã. O veículo foi recolhido para perícia.

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