Violência
PRISCILA DINIZ: Morte brutal da comerciante, gravada por câmeras, deixou pistas primárias em Novo Hamburgo
Moto usada pelo matador e o próprio crime foram gravados por câmeras dos dois presos como mandantes
Última atualização: 05/11/2024 22:32
A morte brutal da comerciante Priscila Morgana Alves Diniz, 34 anos, gravada por câmeras de segurança, deixou pistas primárias no bairro Canudos, em Novo Hamburgo. Era questão de tempo para a Polícia descobrir quem fez e por quê. Na manhã desta terça-feira (4), foi preso o quarto e suposto último envolvido. É o motorista da moto usada no crime. O veículo estava em nome dele. Foi apreendido.
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A moto, conforme flagrado por sistemas de videomonitoramento, rondava há meia hora o restaurante onde a vítima chegaria para trabalhar, na Rua Vereador Darci Jaime Keler, no início da manhã de 12 de outubro, um sábado. O caroneiro desceu e atacou Priscila assim que ela estacionou a Honda Biz que dirigia, às 6h45.
Ele apertava o gatilho contra a cabeça da vítima, mas a arma falhava. Perto da décima tentativa, veio o disparo. O atirador fugiu com a Biz, encontrada abandonada na Rua Vidal Brasil no fim da manhã. O comparsa foi para casa, em Estância Velha – a mesma onde acabou preso nesta terça. A comerciante morreu dois dias depois no Hospital Municipal.
O matador foi capturado na manhã de 22 de outubro, em Garopaba, no litoral catarinense, quase ao mesmo tempo dos dois supostos mandantes: o marido de Priscila, Jonas Diniz da Silva, 41, e a mãe dele, Terezinha Diniz da Silva. Jonas e Terezinha são os donos do restaurante e das câmeras que ajudaram a desvendar o crime. Os dois foram presos na casa da família, onde a vítima também morava, na Rua Walkiria Spindler, no bairro Canudos.
Vítima se sentia oprimida e ameaçada pela sogra
Conforme revelado pela reportagem do Grupo Sinos no dia das três primeiras prisões, Priscila se sentia oprimida e ameaçada pela sogra. “Ela faz muita intriga. Está tentando me separar do Jonas”, comentou a uma pessoa próxima, em agosto.
O casal, que estava junto há oito anos e não tinha filhos, cogitava terminar o relacionamento. A idosa, oficialmente dona do restaurante, estaria preocupada com a partilha dos bens, sentimento que contagiava Jonas.
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Em outro desabafo, Priscila disse que era a primeira a chegar ao trabalho, diariamente, pouco depois das 6 horas. Abria, organizava o ambiente e começava a preparar as refeições. Também fazia faxina.
“Faço o que posso, trabalho muito. Fico muito mal com as mentiras dela [Terezinha] para me prejudicar, porque não faço mal a ninguém.” O marido e a sogra costumavam chegar por volta das 7h30 ao restaurante.
Jonas e a mãe demonstraram abatimento no velório e enterro de Priscila. Para familiares da vítima, era fingimento. “Ele me abraçou forte na capela, como se estivesse sofrendo muito”, relata uma testemunha. O comerciante tem quatro filhos de outro relacionamento.