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INVESTIGAÇÃO

Prefeitura da região e facção criminosa teriam negociado contratos de mais de R$ 40 milhões

Segundo o MPRS, em troca destes negócios, políticos passaram a receber propina, ocultando valores com lavagem de dinheiro

Juliano Piasentin
Publicado em: 18/12/2024 às 08h:07 Última atualização: 18/12/2024 às 11h:59
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Apoio político do crime organizado em troca de contratos com o poder público: esse é o esquema investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MPRS), que teve a “Operação Confraria” deflagrada na manhã desta quarta-feira (18) em Parobé, no Vale do Paranhana.

Por meio de nota, a Prefeitura de Parobé diz que foi surpreendida com a ação, mas que isso não muda a reputação do governo de Picucha. (Leia abaixo a manifestação completa)

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Operação do MPRS em Parobé  | abc+



Operação do MPRS em Parobé

Foto: MPRS

Conforme a Polícia, as negociações teriam ocorrido entre 2020 e 2024, utilizando processos de licitações suspeitos e um criminoso ocupando um cargo no alto escalão do poder Executivo. Foram ao menos 39 contratos em valores que ultrapassam os R$ 40 milhões.

Segundo o MPRS, em troca destes negócios, políticos passaram a receber propina, ocultando valores com lavagem de dinheiro. Além disso, a investigação aponta que um dos criminosos, que ocupava cargo em comissão, ameaçava opositores que criticavam a administração.

A promotora de Justiça, Letícia Pacheco e o delegado Filipe Bringhenti, afirmam que as denúncias começaram em 2020, quando agentes políticos teriam recebido apoio da facção durante as eleições daquele ano.

Esquema robusto

Após a vitória no pleito municipal de 2020, empresas de fachada da facção com base no Vale do Sinos, começaram a operar no município e participar das licitações. Os representantes eram laranjas, sem conhecimentos técnicos para as funções.

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Além do direcionamento, alguns certames tiveram a dispensa de licitação, facilitando a atuação dos criminosos. No total, três núcleos foram identificados e, segundo a Polícia Civil, mostrou a aproximação do crime organizado com o poder público.

Operação do MPRS em Parobé  | abc+



Operação do MPRS em Parobé

Foto: MPRS

Mais de 40 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta manhã. Entre os alvos estão empresas contratadas pelo poder público e agentes ligados à administração municipal. São 12 empresas e 30 pessoas investigadas. Até as 8 horas nenhuma pessoa havia sido presa, os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

Assessoria da prefeitura fala que foi “surpreendida” com operação

A Prefeitura se manifestou por meio de nota dizendo que a operação surpreendeu a todos, mas que isso não muda a reputação do governo de Picucha.

“Fomos surpreendidos com a referida operação. No entanto, isso não abala em nada a lisura da nossa gestão, reconhecida por três anos consecutivos pelo Conselho Federal de Administração como a melhor do Estado do RS no Índice de Governança Municipal, que avalia critérios como transparência, finanças, gestão e desempenho”.

Ainda por meio de nota, a administração destaca que o prefeito Diego Picucha deve se manifestar ainda nesta quarta-feira. “Informamos que o prefeito Diego Picucha irá se manifestar oficialmente sobre o assunto ainda nesta tarde”, afirma a nota.

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