GOLPES MILIONÁRIOS
"Práticas gravíssimas", considera juíza que mandou prender Nego Di por estelionato
Preventiva foi decretada em processo com 16 vítimas de Canoas, enquanto outras investigações apontam centenas de pessoas lesadas pelo País
Última atualização: 15/07/2024 22:30
O humorista gaúcho e ex-participante do programa televisivo Big Brother Brasil (BBB) Dilson Alves da Silva Neto, 30 anos, conhecido como Nego Di, é investigado por golpes milionários contra centenas de pessoas pelo País, mas a prisão dele foi desencadeada pela acusação de fazer 16 vítimas em Canoas.
Ao decretar a preventiva do influenciador digital, na sexta-feira, a juíza da 2ª Vara Criminal da cidade, Patrícia Pereira Krebs Tonet, mencionou a "existência de verdadeiro esquema montado para as práticas delitivas", que definiu como "gravíssimas". Nego Di foi capturado no domingo em uma casa na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis (SC), e levado para a Penitenciária de Canoas.
Leia também: PREVISÃO DO TEMPO: Vai esquentar mais na terça-feira? Veja o que esperar
Com o sócio, Anderson Bonetti, que está foragido em razão da mesma preventiva, o humorista é acusado de se valer da confiança de mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais para vender produtos diversos, como televisores, celulares e eletrodomésticos, e não entregá-los. Mais de 370 pessoas teriam sido lesadas pelo site que a dupla manteve entre março e julho de 2022.
A juíza destaca que as investigações, a partir da quebra do sigilo bancário dos suspeitos, apontaram para a receita de R$ 5 milhões durante o funcionamento do site. “Embora se trate de delitos cometidos sem violência ou grave ameaça, a conduta imputada aos representados reveste-se de inequívoca lesividade a justificar a medida extrema postulada”, observa.
Viu essa?: Dois são condenados por tentar matar as companheiras em Novo Hamburgo
Patrícia acrescenta que os crimes apurados no processo não seriam um fato isolado. Ela revela que Bonetti já esteve preso por estelionato, pela Justiça da Paraíba, além de responder a outros procedimentos por organização criminosa e lavagem de dinheiro no Rio Grande do Sul.
Em entrevista coletiva à imprensa na noite de domingo, o chefe da Polícia Civil gaúcha, delegado Fernando Sodré, comentou "a indiferença demonstrada por Nego Di perante às vítimas". Para a Polícia, o humorista tinha consciência de que estava lesando pessoas, debochava e ostentava nas redes sociais.
Magistrada menciona outra investigação
Patrícia cita, no decreto de prisão preventiva, que outra investigação, conduzida pelo Ministério Público, apura o crime de lavagem de dinheiro praticada por Nego Di e a companheira, a também influenciadora Gabriela Sousa.
Fique atento: EMPREGO: Indústria de alimentos tem vagas abertas na região; saiba como se candidatar
Ela chegou a ser presa em flagrante na mesma casa da badalada praia catarinense, na sexta-feira, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão. Os agentes encontraram, em uma bolsa, uma arma de uso restrito das Forças Armadas. Gabriela pagou fiança de R$ 14 mil e foi solta no mesmo dia. O casal é suspeito de arrecadar cerca de R$ 2 milhões com rifas virtuais fraudulentas.
A influenciadora se manifestou sobre a prisão do marido: “Nem todos os heróis usam capa. Tu é o meu herói, é o herói de milhares de pessoas que foram salvas por ti. Enquanto o Brasil assistia ao show da Madonna, tu tentava entrar com o teu carro na água para salvar pessoas que berravam por socorro nas ruas de Canoas”.
Para Gabriela, Nego Di é uma espécie de perseguido pelo sistema: “Um preto, pobre, favelado, filho de mãe solteira, desmascarando políticos, fere demais o ego”. E prossegue: “A constituição assegura seus direitos políticos, sua liberdade de expressão, mas é preto, né? E preto inteligente incomoda”.