Em depoimento inédito, os policiais militares João Paulo Farias, de 26 anos, e Eduardo de Brida Geiger, 32, revelaram detalhes sobre a noite de terror em Novo Hamburgo que deixou cinco mortos entre os dias 22 e 23 de outubro, há um pouco mais de um mês.
Farias ficou entre os feridos que estiveram em estado grave após o tiroteio e recebeu alta hospitalar no último dia 9, quando foi recebido com muita comemoração por colegas de farda em frente ao Hospital da Brigada Militar, em Porto Alegre, e no condomínio onde mora em Novo Hamburgo. Geiger foi atingido no tornozelo, durante o cerco policial que durou 9 horas no bairro Ouro Branco, mas foi liberado no mesmo dia do atendimento médico.
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Em vídeo, Farias relata que, quando chegou ao local, já havia três indivíduos caídos ao chão baleados, pedindo socorro. “A gente não estava entendendo ao certo o que estava acontecendo. A gente achou, em primeiro momento, que poderia ter sido um assalto à residência e que o autor já teria se evadido do local”, explica.
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O soldado relembra quando chegaram Geiger e Josiane Muller, 38 – que também ficou ferida e recebeu alta hospitalar no início de novembro. Em relato, o PM recorda o momento em que ele e o colega se deslocaram em direção ao portal principal da casa do atirador, e que, assim que as ambulâncias foram solicitadas para socorrer as vítimas, se aproximou de um dos feridos.
Foi então que escutou o que descreve como “uma rajada de tiros”. “Saquei minha pistola e comecei a atirar numa janela que deduzi que dali eram os tiros. Quando eu vi dois disparos, minha visão se apagou. Ali eu já tinha praticamente certeza que ia morrer”, relata, emocionado.
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“Eu lembro que, então, não interagi mais com o rádio, com a nossa sala de operações, porque eu deduzi que se o atirador visse que eu estava vivo ainda, ele tentaria me executar novamente”, completa Farias.
O soldado Geiger conta que o colega estava a cerca de meio metro de distância quando ambos foram atingidos durante o tiroteio. “Eu senti na hora o meu tornozelo direito, e já vi na hora o Farias caindo. Então eu consegui correr para me abrigar, para não ser mais atingido. Pensei que o Farias havia entrado em óbito no local. E quando veio a notícia no hospital que ele estava consciente, eu já comecei a me aliviar um pouco.”
Entre os cinco mortos, estão dois policiais militares: Everton Kirsch Júnior e Rodrigo Volz, ambos de 31 anos. Os outros três se tratam do pai, irmão e do próprio atirador, sendo Eugênio, Everton e Edson Crippa, respectivamente.
Confira relatos em vídeo
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