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PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA

Por que Canoas se tornou polo da produção de brownies de maconha? Polícia Civil quer saber

Recentemente, a Polícia localizou na cidade, junto com mais de 100 quilos da droga, embalagens com endereços para onde seriam encaminhados os bolinhos via Sedex

Publicado em: 29/04/2024 às 15h:11 Última atualização: 29/04/2024 às 16h:13
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Basta uma rápida pesquisa no Google para encontrar centenas de receitas ensinando como fazer um brownie de cannabis, porém, segundo a polícia, a verdade é que não é fácil criar um “bolinho de maconha”.

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Apreensão de entorpecentes em Canoas chamou a atenção da Polícia Civil



Apreensão de entorpecentes em Canoas chamou a atenção da Polícia Civil

Foto: Polícia Civil/Divulgação

O processo requer, antes de tudo, uma erva com alto grau de pureza para poder se criar a “pasta” ou mesmo o óleo que será usado para garantir o recheio da massa, explica o delegado Gabriel Borges.

À frente da 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN), Borges busca entender a razão pela qual Canoas vem se tornando uma espécie de polo para a confecção de brownies e muffins de maconha, com distribuição em Porto Alegre e região.

Na última quarta-feira (24), a Polícia Civil apreendeu 120 quilos de entorpecente durante uma batida no bairro Mathias Velho. No local, foram encontradas inclusive embalagens com endereços para onde seriam encaminhados os bolinhos via Sedex.

Em fevereiro deste ano, a Polícia Civil já havia apreendido o total de 45 quilos de maconha, incluindo brownies recheados com a droga, em um endereço de Canoas, de onde partia a distribuição.

“Para começar, se estão produzindo em larga escala assim, é porque existe um público consumidor específico”, argumenta. “Porque custa caro para fazer e o valor cobrado igualmente não é barato para o consumidor final”.

Na avaliação do delegado, pode-se notar um sistema baseado em produção industrial, já que, no começo do ano, agentes do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), suspeitaram da produção que partia de uma clínica estética que funcionava de fachada para a fabricação dos brownies.

“Embora existam suspeitas, ainda não temos nada concreto sobre quem está por trás da produção, mas a verdade é que só encontramos os brownies saindo de Canoas para outras cidades”.

A Polícia Civil, admite o delegado, parte da hipótese que podem existir outros endereços embalando os bolinhos de cannabis para entregas em domicílios gaúchos. “Todas as denúncias que chegam são apuradas”, avisa. “Foi encontrado o primeiro depósito e agora novamente outro com embalagens idênticas, então há elementos para pensarmos que outros pontos possam ser produzindo este material”.

Longe do RS

Embora a Polícia Civil gaúcha venha sendo surpreendida com a comercialização de brownies de maconha, há registros de produção industrial em outros estados do País, inclusive com a venda propagada por meio das redes sociais.

Uma sobremesa típica dos Estados Unidos, o brownie é uma espécie de bolo de chocolate amanteigado, macio por dentro e com uma casca crocante por fora, na definição de qualquer confeiteiro. Os primeiros “brownies de maconha” foram encontrados circulando por áreas nobres de Brasília, ainda durante a pandemia, conforme apuração da Polícia Civil do Distrito Federal.

Na semana passada, um traficante no Ceará acabou preso com quilos do entorpecente em formato de bolo e devidamente acondicionado em embalagens plásticas com adesivo próprio com a marca. Conforme o Núcleo de Combate ao Crime Organizado do Estado, a denúncia partiu de uma rede social que prometia a entrega em casa dos brownies sem qualquer disfarce ao perfil.

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