Investigação

Polícia sai atrás da arma de médico do Samu preso pela morte da esposa e faz descoberta em escritório na capital

Mandado de busca e apreensão contra André Lorscheitter Baptista foi cumprido no bairro Petrópolis, em Porto Alegre

Publicado em: 05/11/2024 15:50
Última atualização: 05/11/2024 15:51

A Polícia Civil segue investigando o caso envolvendo o médico André Lorscheitter Baptista, 48 anos, suspeito de matar a mulher, Patrícia da Rosa dos Santos, 41 anos, ao dopá-la até a morte.

Patrícia da Rosa dos Santos, 41 anos, acabou sendo dopada até a morte, diz polícia Foto: ARQUIVO PESSOAL

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Os policiais confirmaram nesta terça-feira (5) que cumpriram mandado de busca e apreensão em um escritório mantido pelo médico do Samu, que fica no bairro Petrópolis, em Porto Alegre.

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No local, os policiais encontraram sedativos, relaxantes musculares e medicações vencidas desde 2011, porém, não acharam a arma que motivou o cumprimento de mandado na sala comercial vazia.

Segundo o delegado Arthur Hermes Reguse, responsável pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas, o médico havia informado à Polícia Federal (PF) que a pistola registrada em seu nome estava no endereço.

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“Não achamos nada lá, além de remédios que já estavam vencidos desde 2011”, explica.

Reguse aponta que a Polícia Civil prossegue ouvindo testemunhas ligadas ao caso na tentativa de entender a motivação que levou o médico a premeditar o assassinato da própria mulher.

Na semana passada, uma apuração interna da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre levou à constatação que o médico desviou um frasco de Midazolam, substância que teria sido usada para dopar a vítima.

Preso preventivamente pela polícia no dia 29 de outubro, Baptista deu entrada na Penitenciária Estadual de Canoas no último sábado (2), onde permanecerá acompanhando o desenrolar do processo.

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Cremers confirma sindicância

Por meio da assessoria de comunicação, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) confirmou que abriu sindicância para apurar a conduta do médico André Lorscheitter Baptista.

Como o médico está preso e não está exercendo a profissão, o Conselho acompanhará o inquérito antes de se posicionar sobre a interdição ou não do profissional, que pode ter a licença cassada.

Entenda o caso

Foi na manhã do dia 22 de outubro que a irmã de Patrícia procurou a Polícia Civil para denunciar o caso. A denúncia serviu de combustível para que a Polícia Civil corresse ao local e chegasse na casa da vítima, instantes antes do corpo ser recolhido por uma funerária.

Patrícia teve o óbito registrado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) por ataque cardíaco, no entanto, os policiais encontraram na casa indícios que ela havia sido assassinada, explica o delegado.

"Para começar, ele tinha estranhamente removido o corpo do sofá para o colchão no quarto", esclarece. "Depois, não conseguia responder coerentemente às perguntas dos policiais. Além disso, achamos uma mochila cheia de medicamentos que ele teve dificuldade em explicar por que tirou da casa."

O trabalho da perícia e a consequente apuração revelou que o homem vinha dopando a vítima por meio de medicação colocada no sorvete. Com Patrícia dormindo, dosava medicação para induzir o ataque cardíaco, revelaram os laudos.

"Foi tudo premeditado para matar a mulher e escapar impune", afirma. "Se a irmã não tivesse o lampejo de correr até a polícia, o laudo de ataque cardiorrespiratório seria aceito. Só que ela era uma jovem enfermeira sem nenhum histórico cardíaco."

Reguse observa não estar clara a motivação por trás do crime. O marido teria tentado convencer a mulher a um aborto há pouco mais de dois anos, porém não havia histórico de violência ou brigas na relação, segundo relatos de parentes e vizinhos.

"Eles diziam que era um cara estranho, mas nada que levasse a crer que pudesse premeditar a morte da mulher" diz. "Falam até que era carinhoso com o menino, então não temos nada de concreto a dizer sobre a motivação por trás do crime."

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