O caso do bolo, que levou à morte de três pessoas e à internação de outras duas da mesma família, não está mais sendo investigado como possível intoxicação alimentar. Entretanto, a Polícia Civil descarta que tenha acontecido um envenenamento intencional.
ENTENDA: O que o IGP analisa no caso do bolo suspeito que teria causado a morte de três pessoas
A Polícia Civil descartou a hipótese de intoxicação alimentar como causa das mortes e internações, de acordo com informações da rádio Gaúcha ZH, na manhã deste sábado (28). O caso continua a ser investigado como homicídio por possível envenenamento. Entretanto, as provas colhidas até o momento indicam se tratar de um crime culposo, quando não há a intenção de matar.
As principais provas que levaram ao descarte do homicídio intencional foram os mais de dez depoimentos tomados sobre os envolvidos. Conforme as pessoas ouvidas, a vida da família era “harmoniosa”.
Ainda assim, o caso pode mudar de acordo com novas provas, pois a Polícia ainda apura a possibilidade de que o possível envenenamento tenha sido intencional. “É um inquérito que precisa de muita cautela”, disse o delegado Marcos Vinícius Veloso, responsável pelo caso, à rádio.
Além disso, na última sexta-feira (27), a Polícia Civil cumpriu seis mandados nas casas de pessoas que estão relacionadas ao caso, onde foram apreendidos ingredientes que possam ter sido usados para fazer o bolo.
As análises laboratoriais do sangue de dois sobreviventes indicaram a presença de arsênio. A substância é extremamente tóxica e pode levar à morte. Conforme a Universidade de São Paulo (USP), produz efeitos nos sistemas respiratório, cardiovascular, nervoso e hematopoiético.
O delegado Marcos Veloso, junto à Delegacia de Polícia Civil de Torres, afirma que está aguardando os laudos periciais para que possam ser analisados junto com as provas já coletadas no inquérito.
O caso
Na última segunda-feira (23), seis* pessoas da mesma família buscaram atendimento médico em Torres, por volta das 18 horas, após comerem um bolo durante uma confraternização familiar de Natal. Delas, três morreram, duas permanecem internadas e uma foi liberada.
As vítimas são as irmãs Neuza Silva dos Anjos, de 65 anos, e Maida Berenice Silva dos Anjos, 58, além da filha de Maida, Tatiana Denise Silva dos Anjos, 43, que faleceram. Zeli Teresinha da Silva dos Anjos, de 61 anos, que fez a sobremesa para a confraternização, e o filho de 10 anos de Tatiana seguem internados no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.
Os sobreviventes estão “clinicamente estáveis”, conforme boletim divulgado nesta sexta-feira (27).
*Correção feita de sete para seis pessoas, às 13h49 deste sábado (28).
Em nota, a Delegacia de Polícia Civil de Torres e o delegado titular Marcos Vinicius Muniz Veloso, afirmaram que continuam trabalhando de forma interrupta e contínua para que o caso seja solucionado. “Informamos que estamos aguardando a juntada de laudos periciais, para que possamos analisar em conjunto com toda a prova já coletada no bojo do Inquérito Policial”, escreveram.
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