Um comerciante de Canoas teve as vidraças da loja quebradas. O motivo? Intimidação. Os criminosos queriam obrigá-lo a pagar um “pedágio” para permanecer aberto e, como ele havia se negado, estava sendo coagido.
A Polícia Civil lançou a batizada Operação Broken Windows (Janelas Quebradas, na tradução do inglês) na última sexta-feira (8) mirando frear as ameaças dos criminosos na comunidade.
Foram dez mandados cumpridos em Canoas e Nova Santa Rita. Foram três presos, além da apreensão de drogas e armas, aparelhos celulares e até um colete à prova de balas.
A ação foi executada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas, partindo da denúncia da vítima, cansada das ameaças que vinha sofrendo dos criminosos.
“Sabemos que os autores vinham coagindo a vítima a mando de uma organização criminosa, então trabalhamos rápido para chegar aos suspeitos o mais depressa possível e cessar com as ameaças”, explica o delegado Gustavo Bermudes.
Ele explica que a apuração prossegue, já que Polícia Civil quer chegar ao mandante das ameaças, tendo em vista que existe a suspeita que outros comerciantes também estavam sendo ameaçados.
“A apuração partiu de uma denúncia, mas não está descartada a hipótese que existam outras vítimas. Elas apenas não procuraram a polícia contando algum tipo de ameaça”, argumenta.
As denúncias podem ser feitas por linha direta para o número (51) 3425 9056. Quem preferir, pode usar o WhatsApp (51) 98608-9984 ou ainda o disque-denúncia da Polícia Civil, pelo conhecido número 181.
“Todas as denúncias que chegarem ao conhecimento da Polícia Civil serão apuradas e, caso se comprove algum tipo de coação ou constrangimento, os identificados serão presos”, avisa o delegado.
Esquema revelado
Foi em meio ao período de dificuldades da pandemia que a Polícia Civil descobriu que criminosos ligados a uma facção do Vale dos Sinos estavam cobrando “pedágio” de comerciantes.
Caso os valores não fossem repassados à organização, as vítimas eram ameaçadas com assaltos, sequestros e até morte, conforme apuração divulgada pela Polícia Civil em 2021.
Na época, os policiais descobriram que não havia grandes empresários na mira dos criminosos. Os alvos da organização tratavam-se de donos de pequenos mercados, bares e casas noturnas.
As ameaças eram cumpridas a mando de um criminoso preso no Presídio Estadual de Canela, razão pelo qual existe a suspeita que as ordens em Canoas também sejam cumpridas por um criminoso encarcerado.
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