Quem nunca ouviu falar no golpe do falso parente? Quem nunca recebeu uma ligação de um estranho dizendo que é parente e precisa de dinheiro com urgência, porque está em uma enrascada?
Foi pensando justamente em combater este tipo de fraude que a Polícia Civil lançou uma ofensiva, na manhã desta quinta-feira (15). A batizada Operação Daemon mirou e acertou um grupo que aplicava golpes em todo o País.
A ação foi coordenada pela 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas em parceria com 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), somando forças com a Polícia Civil de Goiânia.
Cerca de 60 agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão e dez de prisão temporária no Rio Grande do Sul e Goiânia. Como resultado, sete pessoas apontadas como integrantes do grupo terminaram presas.
A ação é resultado de seis meses de investigação, período em que a 3ª DP de Canoas identificou nove vítimas do grupo criminoso somente em Canoas. O prejuízo na cidade superou R$ 100 mil em Pix.
Empréstimo
Conforme a Polícia Civil, o golpe “parente falso” ou “trocou de número” é um dos golpes mais comuns desde o advento da rede WhatsApp.
Os criminosos criam uma conta no app de mensagens com um novo número, e utilizam nome, fotografia de perfil e até a condição da vítima.
Em seguida, eles entram em contato com parentes e amigos, dizendo que “trocou de número” e pedem dinheiro “emprestado”.
Conforme a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP de Canoas, a investigação foi “complexa” por expor um esquema muito bem organizado.
“Os investigados residem nos mais diversos cantos do Estado de Goiás e fazem vítimas a dois mil quilômetros de distância, dificultando, sobremaneira a investigação”, diz.
Já o chefe da Polícia Civil em Canoas, o diretor da DP Regional, Cristiano Reschke, chama atenção a “falsa percepção de realidade” criada pelo golpe.
“Observamos que, na maioria das vezes, as vítimas são idosas e sem qualquer intimidade com tecnologia”, destacou.
Como os bandidos conseguem informações?
Com o crescimento do acesso à internet, também cresceu o número de vazamentos de informações sigilosas e golpes nas redes. O menor descuido, portanto, pode criar um grande problema.
Segundo a Polícia Civil, existem os casos de bancos de dados de grandes empresas que são hackeadas e essas informações são vendidas na dark web para serem usadas em golpes. Porém, não respondem pela maioria.
No caso do golpe do “falso parente”, os criminosos, em sua maioria, valem-se de do recolhimento de informações sobre a vítima por meio de redes sociais. Graças as postagens, é possível descobrir os dados importantes.
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