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Operação Justa Causa

"Boa tarde. Meu nome é Emily e...": Como funciona o golpe do falso funcionário de banco com 11 presos pela Polícia

Ação mirando criminosos apontados como responsáveis por 470 crimes ocorre na manhã desta quinta-feira (26)

Publicado em: 26/09/2024 às 09h:12 Última atualização: 26/09/2024 às 09h:57
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“Boa tarde. Meu nome é Emily e sou representante do cartão …”, diz a voz no aparelho celular à vítima, no que é um dos mais conhecidos crimes de estelionato da atualidade: o golpe do falso funcionário de banco”.

Foram R$ 21 mil em dinheiro apreendidos somente na manhã desta quinta-feira (26)



Foram R$ 21 mil em dinheiro apreendidos somente na manhã desta quinta-feira (26)

Foto: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO

Mirando um grupo especializado no crime, a Polícia Civil lançou, na manhã desta quinta-feira (26), a Operação Justa Causa, ofensiva que já levou onze suspeitos de integrar a rede de golpistas.

A ação é executada pela 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas contando com o apoio da 2ª Delegacia Seccional de Campinas, em São Paulo, estado onde são cumpridos os onze mandados de prisão e 16 de busca e apreensão.

Conforme a Polícia Civil, pelo menos 470 pessoas acabaram vítimas dos criminosos, que mantinham até um roteiro bem estruturado de contato antes de ligar para as vítimas, alterando somente o nome de Emily para Débora ou Luana.

Somente em um dos golpes aplicados em Canoas, uma vítima acabou com o prejuízo de R$ 55 mil por conta de transações bancárias que a moradora da cidade teria sido induzida a fazer para uma conta vinculada ao grupo.

Conforme a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP de Canoas, a partir da identificação dos suspeitos, foi constatado que se trata de uma associação criminosa com núcleo estabelecido no Estado de São Paulo.

Visando a recuperação de valores, a investigação garantiu da Justiça Criminal da Comarca de Canoas ordens sequestro de bens móveis e bloqueios de contas bancárias dos envolvidos.

Além das prisões, a Polícia Civil apreendeu a quantia de R$ 21 mil em espécie, comprovantes e envelopes de depósitos, documentos, celulares, cartões de diversos bancos, além de outras provas ligadas aos crimes.

Segundo o delegado Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana [DPRM], a desarticulação de grupos criminosos que atuam neste tipo de estelionato passa pela cooperação interestadual entre polícias.

“A virtualização dos golpes e o distanciamento territorial entre criminosos e vítimas traz um elemento a mais a dificultar a investigação e favorecer a migração de criminosos”, explica. “Esses indivíduos presos hoje são responsáveis por quase 500 golpes no Brasil”.

Entenda os crimes

A Polícia Civil aponta que o modo de atuação dos criminosos consiste em se passar por funcionários (geralmente, gerentes) de instituições bancárias, por meio de ligação utilizado o Spoofing de números de telefone, sistema que faz com que o identificador de chamadas exiba um número diferente da chamada, fazendo com que a vítima acredite que o contato seja da instituição financeira pela qual os infratores estão se passando.

Primeiramente, o golpista afirma que teria sido realizada uma compra suspeita em nome da vítima, pedindo que seja confirmada a suposta transação bancária.

Após a vítima refutar a referida compra, o criminoso solicita que seja acessado o aplicativo do banco para serem feitas algumas transações (transferências via Pix, empréstimos bancários, entre outras) sob a alegação de que seriam para cancelar as supostas compras indevidas. Tudo é feito pela chamada de voz do suposto gerente da vítima.

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