"Podiam acertar em nós", relata refém de assalto com tiroteio em xis de Novo Hamburgo

"A gente começou a chorar quando começaram os tiros, porque podiam acertar um de nós." Ainda assustada, uma estudante de Pedagogia de 29 anos recorda dos momentos em que ficou no chão de uma lancheria no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, durante confronto entre dois assaltantes e guardas municipais, na noite de domingo (14).

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A dupla, de 33 e 28 anos, invadiu o Xis Mundo Novo, na Rua Mundo Novo, por volta das 22 horas. Com armas em punho, um juntou clientes atrás do balcão e o outro levou o dono a uma sala para pegar dinheiro. O comerciante, de 57 anos, foi agredido com coronhadas, assim como um motoboy. A dupla foi recolhendo dinheiro, celulares e carteiras das vítimas.

"Quando eu e minha amiga chegamos para comprar xis, vimos que tinha algo errado e tentamos sair, mas um cara apontou a arma para a gente", conta a universitária. Em tom raivoso, o assaltante ordenou: "Entram, se não vou atirar". A estudante e a colega de 27 anos foram colocadas atrás do balcão com as outras vítimas, entre elas um menino de 8 anos. "Mandou a gente deitar com as pessoas e pegou nossos celulares. A gente chorava de medo."

Ela narra os movimentos que antecederam os disparos. "Ele (assaltante) estava bem do meu lado. Pegou a mulher que estava com o filho para mostrar que tinha gente ali e largou ela no chão. Daí começaram os tiros."

A universitária não sabe dizer quem atirou primeiro. "A gente estava com a cabeça abaixada. Todo mundo apavorado, chorando." Foram cerca de 15 disparos. O criminoso baleado no nariz é o que estava com o comerciante. Marcas de tiros ficaram nas vidraças, paredes e na porta de vidro de um freezer onde ficam latas de bebidas.