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LAVAGEM DE DINHEIRO

PF investiga esquemas milionários de sonegação; doleiros do Vale do Sinos já foram descobertos

Foco é a cidade uruguaia de Rivera, na Fronteira da Paz com Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul

Publicado em: 04/10/2024 às 09h:18 Última atualização: 04/10/2024 às 15h:43
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A pesada tributação brasileira, associada às chamadas contas offshore com incentivos fiscais no Uruguai, vem disseminando operações ilegais de doleiros para lucrar com esquemas milionários de sonegação e lavagem de dinheiro. O foco é a cidade uruguaia de Rivera, na Fronteira da Paz com Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul.

Novo esquema de doleiros é descoberto na fronteira | abc+



Novo esquema de doleiros é descoberto na fronteira

Foto: PF

Doleiros do Vale do Sinos já foram descobertos e são investigados. Um deles, morador de Ivoti, chegou a ser preso há quatro anos na BR-116, em Pelotas, com R$ 100 mil dólares no carro. Os maços estavam escondidos em meias dentro de uma bolsa feminina.

O empresário, dono de casas de câmbio, não explicou a origem das cédulas, buscadas no Uruguai, e foi autuado em flagrante por evasão de divisas. Ficou sem o dinheiro, que foi apreendido, mas acabou sendo solto no dia seguinte. Não tinha antecedentes criminais.

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Na manhã desta quinta-feira, um possível outro grupo de doleiros foi desbaratado pela Polícia Federal. A operação sequestrou veículos e bloqueou valores superiores a R$ 21 milhões. Foram cumpridos 12 mandados de busca em Santa Catarina (capital e Dionísio Cerqueira), São Paulo (capital e Valinhos) e Paraná (Barracão).

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Flagrante parecido

A investigação começou em janeiro do ano passado, nos mesmos moldes da prisão do doleiro de Ivoti, quando um homem foi detido com alta quantia de dólares, não revelada, no forro da porta do carro. A cidade também não é informada para preservar o inquérito. A PF apurou que os valores seriam evadidos do Brasil por meio de Santana do Livramento.

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Investigação apurou elo com investidores argentinos

A mais recente investigação identificou um grande esquema de câmbio ilegal, evasão de divisas e lavagem de capitais sediado em Florianópolis, cidade que atrai expressivo número de turistas argentinos.

Valendo-se de diversas pessoas físicas e jurídicas para lastrear as práticas ilegais, os investigados constituíram empresas de câmbio que nunca estiveram aptas a operar pelo Banco Central, utilizando as contas bancárias para operacionalizar a conversão e o recebimento de valores ilícitos provenientes de outros crimes, como tráfico de drogas, corrupção e contrabando.

As investigações prosseguem com a finalidade de identificar outros participantes do esquema criminoso e dos beneficiários diretos da evasão e da lavagem operadas pelos investigados nessa etapa inicial.

Tradição em passeio para compras e saques

O Uruguai é o destino mais próximo dos gaúchos para contas offshore. “Acontece muito de empresários gaúchos, que se tornaram clientes em instituições financeiras do país vizinho há muitos anos a pretexto das exportações, aproveitar viagens de compras a Rivera para fazer saques e trazer dinheiro não declarado”, comenta um especialista em finanças que pede para não ser identificado.

A alta cotação da moeda norte-americana tem sido atrativo especial para a repatriação clandestina de dólares. “A pesada tributação brasileira é outro convite às fraudes”, acrescenta o analista.

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