O aposentado Francisco Libretti, 71 anos, recebeu o filho na casa em que vive, no bairro Estância Velha, em Canoas, próximo ao meio-dia do último sábado (17), para o almoço. O pai diz que jamais imaginaria que aquela seria a última vez que se veriam.
Leandro Chaves Libretti, 40, seria encontrado morto cerca de 24 horas depois, em uma casa onde estava morando há cerca de três meses, e que passava por reforma, no Setor 1, do bairro Guajuviras.
Conforme relata o pai, Leandro havia se separado há alguns meses e disse à mãe e a Francisco que preferia passar um tempo sozinho para reorganizar os pensamentos após a separação. Acabou sendo encontrado já sem vida, bastante machucado e com sinais de espancamento, o que para o aposentado é um indício que deve ter sofrido bastante antes de morrer.
“Eu não sei o que aconteceu naquela casa, mas pelo jeito foi algo muito grave, porque a Polícia disse que inclusive ele estava com o nariz quebrado e uma fratura no queixo”, aponta. “Mas não tinha marca de tiros ou facadas”, acrescenta.
Também não havia sinais de drogas ou entorpecentes na casa, conta o pai. Tudo o que os policiais encontraram foi uma lata de cerveja e um único cigarro, no piso, próximo do corpo.
“O Leandro trabalhava como pedreiro e a gente nunca notou nenhuma coisa que pudesse indicar que andava envolvido com drogas”, relata o pai. “Não sei o que ele poder ter feito para apanhar do jeito que apanhou”, suspira.
Trancada
O atestado de óbito da vítima aponta causa indeterminada para a morte. Assim, será preciso esperar o laudo do Departamento Médico-Legal (DML) para ser esclarecido o que realmente matou o trabalhador.
Para o pai da vítima, além do sentimento de perda, fica a dúvida a respeito do que aconteceu ao filho, já que foi preciso arrombar a porta para entrar na casa na tarde de domingo.
“A gente acha estranho que estava tudo trancado por dentro da casa quando encontraram ele”, observa. “O próprio policial que conversou com a gente contou que só encontrou na casa o corpo e muito sangue. Não dá para entender o que aconteceu, mas a gente precisa saber.”
A reportagem entrou em contato com o Departamento de Homicídios. Foi informada que a Polícia Civil aguarda o laudo apontando a causa da morte de Leandro Chaves Libretti. O assassinato é apurado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas.
Canoas vive desde o início de 2024 uma nova onda de violência. Foram 23 assassinatos em 50 dias. Somente durante os primeiros 20 dias de fevereiro foram doze homicídios. A média é superior a uma morte a cada dois dias neste mês.
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