O padre de Guaíba, que guardava pendrives com imagens perturbadoras de menores de idade, encontradas pela Polícia Civil, se tornou réu pelo estupro de uma menina de 10 anos.
A denúncia do Ministério Público (MP) de Guaíba contra o líder religioso, feita em 13 de dezembro, foi aceita pela Justiça nesta terça-feira (17). O homem, de 41 anos, também virou réu pelo armazenamento de pornografia infantil.
As imagens só foram encontradas após a Delegacia de Polícia Civil (DPPA) de Guaíba conseguir um mandado de busca e apreensão contra o padre. Ele era suspeito na investigação do suposto abuso sexual contra a menina, que na época do fato tinha 9 anos.
Ao chegar na casa paroquial onde ele residia, foram encontrados pen-drives com mais de mil imagens pornográficas de crianças e adolescentes, guardados dentro de um roupeiro, segundo a Polícia Civil. No dia do fato, 29 de novembro, o padre havia sido preso em flagrante, mas foi solto dois dias depois pela Justiça, em audiência de custódia. Até início de dezembro, as imagens continuavam com o Instituto-Geral de Perícias (IGP) do RS, sendo pericíadas.
FIQUE POR DENTRO: “Escuto cada vez mais estalos”: Casa pega fogo e fumaça preta assusta moradores
Além da prisão, o padre foi afastado do sacerdócio pela Cúria Metropolitana, a sede administrativa da Arquidiocese de Porto Alegre. “A Igreja condena veementemente qualquer forma de crime e coopera integralmente com as autoridades na apuração dos fatos”, afirmou o arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, em nota.
A Polícia Civil afirma que o indicamento do padre foi feito após ouvirem testemunhas e o suspeito ser interrogado. Em nota, o MP informou que ele foi preso preventivamente no dia 9 de dezembro e permanece detido.
Conforme a PC, o padre confirmou que comprava material escolar para a criança e dava cestas básicas para a família dela, além de tê-la posto como coroinha da Igreja. A denúncia só foi feita após a menina relatar o que ocorria para a tia, que detém a guarda da criança. Entretanto, o líder religioso nega as acusações de abuso.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) explica que o réu ainda será citado para responder à acusação. O processo segue sob sigilo para resguardar as vítimas, menores de idade, que aparecem nas imagens.
SIGA O ABCMAIS NO GOOGLE NOTÍCIAS!
O que diz a Arquediocese de Porto Alegre sobre o caso
Dom Jaime Spengler, afirmou, em nota, que a Arquediocese condena qualquer tipo de crime e, ainda, pediu orações pelos envolvidos.
Leia a nota na íntegra:
“A Arquidiocese, ao tomar conhecimento da prisão do padre e sobre as suspeitas impetradas sobre ele, decretou a imediata suspensão do Uso de Ordens.
Manifestamos nosso compromisso com a verdade, a justiça e a proteção da dignidade de todas as pessoas, especialmente das crianças e adolescentes. A Igreja condena veementemente qualquer forma de crime e coopera integralmente com as autoridades na apuração dos fatos.
A Igreja não pode aceitar quaisquer tipos de comportamentos contrários aos princípios da moral e ética cristã.
Neste momento, pedimos orações por todos os envolvidos e reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a ética e o respeito à dignidade humana.
Pelo cuidado com a vida de todos.
Dom Jaime Spengler
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre“
LEIA TAMBÉM
- Categorias
- Tags