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OPERAÇÃO KOMENDADOR

GRAMADO: Qual relação de Jair Cabeludo com restaurantes investigados por lavagem de dinheiro? Veja os nomes dos estabelecimentos

Lavagem de dinheiro por meio dos restaurantes seria uma fachada para atuação criminosa de facção, que tem origem no Vale do Sinos

Fernanda Steigleder Fauth
Publicado em: 22/03/2024 às 10h:01 Última atualização: 22/03/2024 às 12h:13
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A Operação Komendador foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (22), em Gramado, pela Delegacia de Polícia Regional de Gramado e apoio das equipes da Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Com a participação de 43 policiais civis e dez viaturas, a suspeita é que cinco restaurantes e mais uma casa de vestuário sejam utilizados para lavagem de dinheiro por meio de uma facção criminosa. 

Operação Komendador mira crime de lavagem de dinheiro em restaurantes



Operação Komendador mira crime de lavagem de dinheiro em restaurantes

Foto: Polícia Civil

Foram 11 mandados de busca e apreensão cumpridos, sendo nove na cidade e dois no litoral norte. Os estabelecimentos envolvidos na investigação são Casa Galo – em Gramado e no litoral, e Xangri-lá -, Komendador – que dá nome à operação -, Condado e Rasen Braza. A cervejaria da Rasen, vale ressaltar, não é investigada. Ainda, há o Contemporâneo, que está sob suspeita.

Também foram autorizados apreensão de documentos e bens na casa do suspeito, em um condomínio de classe alta e em duas holdings que eram usadas para fachada no município da Serra gaúcha, além de uma casa em condomínio de luxo de Capão da Canoa. 

A Justiça autorizou 15 afastamentos de sigilo bancário, fiscal e bursátil (com relação à bolsa de valores). Seriam seis pessoas físicas e nove jurídicas que são investigadas e que estão, agora, com indisponibilidade dos bens, devido ao pedido de bloqueio.

Conforme a Polícia, dentre os bens estão dois veículos que, quando avaliados, valem mais de R$ 2 milhões.

O esquema

A lavagem de dinheiro por meio dos restaurantes seria uma fachada para atuação criminosa de facção, que tem origem no Vale do Sinos.

Segundo a 2ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (2ª DPRI), com sede em Gramado, responsável pelo caso, as investigações iniciaram pelo rápido salto de patrimônio e abertura de empreendimentos gastronômicos.

A Polícia não confirmou, mas a reportagem apurou que o proprietário dos estabelecimentos é Maiquel Carlos de Brito Pinheiro, que já foi preso por ser mandante de tentativa de homicídio.

Ele é casado com Camila das Neves Pereira, filha de Jair de Oliveira, conhecido como “Jair Cabeludo”. Cabeludo é um dos fundadores e líderes da organização criminosa Os Manos. Atualmente ele está na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

De acordo com a Polícia, a lavagem de dinheiro seria operacionalizada por Camila e Maiquel. Ainda haveria o envolvimento de outros indivíduos que atuam como laranjas.

O esquema se daria por meio da aquisição de bens de luxo, principalmente veículos, como Porsche, BMW e Audi. Ainda, pela operação dos restaurantes, todos localizados na área central de Gramado.

“O objetivo é reprimir o branqueamento de capitais da organização criminosa no ramo gastronômico de Gramado, o que traz prejuízos aos empresários do setor, que atuam com esforço e dedicação para ofertar serviços de excelência, os quais estão apreensivos com o crescimento das ações investigadas.

Não podemos tolerar que a organização lance seus tentáculos em atividade econômica tão relevante para o turismo da região, considerada um dos principais destinos turísticos do Brasil”, afirma o delegado Gustavo Barcellos.

A reportagem tenta contato com os proprietários dos estabelecimentos. O espaço permanece aberto para manifestação.

Restaurantes de Gramado são investigados por lavagem de dinheiro | abc+



Restaurantes de Gramado são investigados por lavagem de dinheiro

Foto: Fernanda Fauth/GES-Especial

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