DE VOLTA AO PONTO DE PARTIDA

OPERAÇÃO CÁRITAS: Investigação retoma ao Hospital de Caridade de Canela; relembre autoridades que já foram presas

Nesta terça-feira, o secretário de Saúde da cidade foi preso preventivamente. Nas fases anteriores, ocorreram outras prisões

Publicado em: 09/01/2024 13:03
Última atualização: 09/01/2024 13:56

nova fase da Operação Cáritas ocorreu nesta terça-feira (9) em Canela. São 11 etapas, que iniciaram em 9 de abril de 2021. Em quase três anos, mais de dez pessoas foram presas e centenas de buscas e apreensões foram realizadas pela Polícia Civil. Agora, novamente, as investigações retomam ao ponto de partida, onde tudo iniciou: o Hospital de Caridade de Canela (HCC). 

Nesta terça-feira, um mandado de prisão foi cumprido. Conforme apurado pela reportagem, trata-se do secretário da pasta e interventor do HCC, Leandro Gralha, preso de forma preventiva


Hospital de Caridade de Canela Foto: André Fernandes/PMC/Divulgação

Em 2021, a primeira denúncia recebida pela equipe policial partiu de um possível desvio de materiais de construção da casa de saúde. Desde então, a Polícia abriu inquéritos de possíveis esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, licitações irregulares, peculatos, entre outros crimes, que podem estar ocorrendo dentro da administração municipal de Canela.

Relembre

Tudo começou quando a Polícia Civil, junto da Patram, foi até uma propriedade privada na localidade dos Bugres, no interior da cidade de Canela. Na ação, dois investigados foram detidos - um servidor com cargo em comissão junto à Secretaria de Obras e um contratado para realizar obras de reforma. Uma grande quantidade de materiais de construção com a etiqueta do HCC foi apreendida.

A segunda fase ocorreu de forma complementar à primeira e identificou e apreendeu uma lista com nomes de pessoas em cargo de comissão, por possível crime de rachadinha, onde os servidores deveriam pagar valores ao partido político.

A terceira fase foi uma das maiores em nível operacional. Ao todo, 176 medidas judiciais foram cumpridas, além das prisões de três agentes públicos: vereador Alberi Dias, na época, presidente da Câmara de Vereadores; Luís Cláudio da Silva, o Ratinho, que era secretário de Obras; e do então interventor do HCC, Vilmar Santos.

Entre as presos durante a investigação também está o biólogo Jackson Müller, ex-secretário de Meio Ambiente do município, e que foi preso pela segunda vez em sua casa, em Novo Hamburgo, no dia 1º de julho. Antes, ele havia sido detido na 8ª fase da Cáritas, no dia 19 de maio.

Em novembro de 2022, a 1ª Vara Judicial da Comarca de Canela proferiu sentença que declarou Ademir Claudiomiro Colombo da Silva, mais conhecido como Junta, como culpado pelo processo de desvio de materiais. Na sentença da ação penal, ao citar a denúncia do MP, consta que Junta "impelido pelo lucro fácil, com abuso de confiança, em diversas oportunidades, subtraiu, para si, 263 caixas de porcelanato esmaltado, totalizando 1.052 peças".

O advogado do investigado apresentou um recurso de apelação e não há a confirmação se a sentença se manteve.

A última fase ocorreu em 14 de dezembro de 2022, quando 218 medidas judiciais foram cumpridas, com foco na Secretaria de Turismo e Cultura. Três presos, sendo dois empresários, Elias da Rosa e João Fernando Marques, que trabalhavam com eventos ligados à pasta, além do ex-secretário Ângelo Sanches.

Saúde, Obras, Meio Ambiente e Turismo foram as secretarias já investigadas pelas forças de segurança, em diferentes etapas da investigação.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
CategoriasCanelaPolícia
Matérias Relacionadas