O caso do médico envolvido no assassinato da esposa em Canoas segue gerando revolta. Suspeito do crime, o médico do Samu André Lorscheitter Baptista, 48 anos, foi preso no final da tarde de terça-feira (29).
André Lorscheitter Baptista, 48 anos, foi preso nesta terça-feira pela Polícia Civil
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A enfermeira Patrícia da Rosa dos Santos, 41 anos, acabou sendo encontrada morta, no dia 22 de outubro, vítima de uma parada cardíaca. A polícia, no entanto, descobriu que ela havia sido dopada até a morte.
O clima foi de comoção e homenagens durante a missa do 7º dia, organizada na noite desta quarta-feira (30), na Igreja Nossa Senhora do Trabalho. O sentimento deve se repetir no próximo final de semana.
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Agora, parentes e amigos se mobilizam para organizar uma caminhada pacífica, pedindo justiça para o caso, na manhã do próximo sábado (2), Dia de Finados, no bairro Marechal Rondon.
Os manifestantes irão se encontrar na esquina da Rua Dr. Sezefredo Azambuja com a Açucena, para então partirem caminhando, todos de branco, com camisetas personalizadas, até a sede da Polícia Civil em Canoas.
“É preciso mobilizar todos que a gente puder, porque ele tem que pagar pelo que fez”, afirma a irmã Bruna Santos. “Este caso não pode acabar esquecido como qualquer outro.”
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O momento é doloroso para a família. Bruna está cuidando do filho de 2 anos que Patrícia teve com o médico, além da preocupação constante com os pais, abalados desde que souberam da morte.
“Os meus pais estão sofrendo muito e ainda mais por causa do meu sobrinho, que está com a gente e necessita de cuidados o tempo todo”, esclarece. “Então o momento é bastante difícil.”
Ainda não há certeza sobre a motivação por trás do crime, segundo a polícia. Não havia registro de violência doméstica ou relatos de brigas entre o casal. Bruna, no entanto, é enfática ao dizer o que aconteceu:
“Foi pura maldade”, afirma. “Minha irmã era uma pessoa maravilhosa. Foi surreal o que aconteceu e ela não merecia isso”, acrescenta.
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Entenda o caso
Foi na manhã do dia 22 de outubro que a irmã de Patrícia procurou a Polícia Civil para denunciar o caso. A denúncia serviu de combustível para que a Polícia Civil corresse ao local e chegasse na casa da vítima, instantes antes do corpo ser recolhido por uma funerária.
Patrícia teve o óbito registrado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) por ataque cardíaco, no entanto, os policiais encontraram na casa indícios que ela havia sido assassinada, explica o delegado.
“Para começar, ele tinha estranhamente removido o corpo do sofá para o colchão no quarto”, esclarece. “Depois, não conseguia responder coerentemente às perguntas dos policiais. Além disso, achamos uma mochila cheia de medicamentos que ele teve dificuldade em explicar por que tirou da casa.”
O trabalho da perícia e a consequente apuração revelou que o homem vinha dopando a vítima por meio de medicação colocada no sorvete. Com Patrícia dormindo, dosava medicação para induzir o ataque cardíaco, revelaram os laudos.
“Foi tudo premeditado para matar a mulher e escapar impune”, afirma. “Se a irmã não tivesse o lampejo de correr até a polícia, o laudo de ataque cardiorrespiratório seria aceito. Só que ela era uma jovem enfermeira sem nenhum histórico cardíaco.”
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Reguse observa não estar clara a motivação por trás do crime. O marido teria tentado convencer a mulher a um aborto há pouco mais de dois anos, porém não havia histórico de violência ou brigas na relação, segundo relatos de parentes e vizinhos.
“Eles diziam que era um cara estranho, mas nada que levasse a crer que pudesse premeditar a morte da mulher” diz. “Falam até que era carinhoso com o menino, então não temos nada de concreto a dizer sobre a motivação por trás do crime.”
Caso Bernardo
A Polícia Civil aponta que os medicamentos Zolpidem, um indutor de sono encontrado no sorvete ingerido pela vítima, mais Midazolam e Succitrat, encontrados na mochila do suspeito, seriam responsáveis pela morte era e de uso restrito de hospitais.
“O Midazolam é o mesmo medicamento usado no caso Bernardo”, lembra o delegado Rafael Soares, diretor do Departamento Metropolitano de Homicídios. “Ele inclusive dava injeções no pé da vítima, e não no braço, para que ninguém achasse a prática a um primeiro olhar.”