VALE DO SINOS
"Não é só comigo": Alunos relatam que professor afastado pegava em partes íntimas de meninos
Sete alunos de uma escola municipal de Estância Velha denunciaram o professor por assédio sexual
Última atualização: 17/12/2024 16:03
“Quando vamos na mesa dele para perguntar alguma coisa, ele pega na nossa bunda. Não é só comigo, mas, mesmo sendo sem maldade, é chato”. Essa é apenas uma das denúncias feitas por estudantes de uma escola municipal de Estância Velha sobre o comportamento inapropriado de um professor. Ele foi afastado preventivamente das funções nesta terça-feira (17), por decisão da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec), após a instauração de uma sindicância interna para investigar os fatos.
Ao todo, sete alunos relataram atitudes que configuram assédio sexual por parte do professor. Os relatos foram feitos durante a fase de pré-conselho de classe — período em que se organiza o encerramento do ano letivo e os estudantes preenchem um questionário para avaliar as atividades realizadas ao longo do ano e a conduta dos docentes.
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As denúncias partiram de alunos com idades entre 11 e 12 anos. Os relatos, feitos de forma escrita e espontânea, revelam um padrão de comportamento que ocorria tanto em sala de aula quanto nos corredores da escola. Após receber as avaliações, a direção ouviu dois dos alunos e encaminhou o caso à Semec pela consistência dos relatos.
Caso chegou ao conhecimento da pasta na semana passada
Embora os estudantes relatem que os assédios vinham ocorrendo há meses, as denúncias só chegaram ao conhecimento dos gestores municipais na semana passada. Na segunda-feira (16), foi publicada a portaria determinando a instauração da sindicância e o afastamento do professor a partir desta terça.
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O afastamento preventivo, com duração inicial de 60 dias, prorrogáveis por mais 30, busca garantir a imparcialidade das investigações e evitar interferências no processo. Durante a sindicância, os alunos que denunciaram as atitudes serão ouvidos e o professor terá direito à defesa. Caso as denúncias sejam confirmadas, o professor poderá ser demitido da prefeitura.
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O nome da escola e do profissional denunciado não serão informados para não expor as vítimas. Por meio de nota, a prefeitura limitou-se a dizer que: "Tão logo tomou conhecimento das acusações, a Secretaria de Educação e Cultura (Semec) suspendeu temporariamente o profissional e abriu um Processo Administrativo Disciplinar para investigar e esclarecer os fatos."
O Ministério Público informou nesta terça que ainda não havia sido notificado. A Polícia Civil também foi contatada, mas não retornou até a publicação da reportagem.