Uma mulher é investigada por chefiar o tráfico de drogas no condomínio Princesa Isabel, residencial de Porto Alegre conhecido como Carandirú. Ela e o genro, que atuava como seu principal gerente, foram presos no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (10).
Foto: Polícia Civil
A investigada, conhecida como Tina, tem 50 anos de idade. O homem, chamado de Modinha, tem 25 anos. A dupla foi localizada na mesma residência, onde levavam uma vida de luxo. Ao serem cercados por policiais nesta manhã, eles se entregaram.
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A investigação começou há seis meses e foi coordenada pelo delegado Gabriel Casanova. Segundo a Polícia Civil, a mulher vivia em um condomínio fechado, em uma casa de alto padrão, com piscina, suíte com jacuzzi e salão de jogos.
No momento da prisão não foram encontrados objetos ilícitos com os capturados, levados a uma delegacia local. Após os procedimentos, serão apresentados à justiça do Rio de Janeiro para depois serem trazidos ao RS.
Envolvimento com ônibus incendiados em Porto Alegre
Há também suspeita de que a dupla esteja por trás do incêndio de dois ônibus em frente ao residencial em 19 de maio. Conforme a Polícia, foi uma forma de protesto pela morte de um morador. Embora até o momento não se tenha comprovado participação de Tina no fato, a Polícia sabe que essas ações em comunidades mais carentes só são realizadas com o aval dos líderes.
Ex-estagiária do TJRS ajudava facção
Os mandados de prisões preventivas são decorrentes da investigação da Polícia Civil que descobriu que uma ex-estagiária do Tribunal de Justiça do Estado (TJRS) vendia informações sobre mandados de prisão para integrantes da facção que comanda o condomínio na capital gaúcha. No ano passado, os foragidos foram presos, mas Tina fugiu. Desde então, ela era procurada.
Já Modinha, chegou a ser preso em novembro de 2023 no aeroporto de Viracopos, em São Paulo, quando embarcava para o exterior. Porém, recebeu liberdade. Um novo mandado de prisão contra ele foi expedido em junho deste ano.
Como a mulher chegou à chefia da organização
A Polícia Civil aponta que, até 2015, o tráfico de drogas no condomínio Princesa Isabel era chefiado por Alexandre Goulart Madeira, conhecido como Xandi. Em janeiro daquele ano, ele foi assassinado na cidade de Tramandaí com tiros de fuzil.
Com a morte de Xandi, o sucessor foi Renato Fao Gambini, apontado como um dos fundadores de uma organização criminosa com sede no Vale do Sinos. Aos 52 anos, em novembro de 2022, ele morreu em uma cela da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).
Com o falecimento de Gambini, a sucessora foi Tina, que era esposa de Gambini e, por isso, “herdou” a liderança do tráfico de drogas.
Para gerenciar as atividade ilícitas, Tina teria nomeado parentes, como o genro e seu filho, conhecido como Bokinha, que foi preso em junho em Gravataí.
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