O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) em Sapucaia do Sul denunciou nesta sexta-feira (23), um homem de 25 anos e uma mulher de 47 anos acusados pela morte de Vitória da Silva Saliba Rodrigues e sequestro do filho dela, um bebê de três meses. O crime ocorreu entre a noite do dia 28 de janeiro e a madrugada do dia seguinte.
De acordo com o material disponibilizado à imprensa pelo MPRS, a denúncia assinada pela promotora de Justiça Maristela Schneider define que o casal irá responder pelos crimes de feminicídio qualificado, com emprego de asfixia, mediante recursos que dificultaram a defesa da vítima; sequestro, porque levaram o menino para casa, adquiriram roupas e mantimentos para ele, além de apresentaram a criança para seus familiares como filho; e alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido.
Ainda conforme o material, a promotora detalha que “os denunciados, após atraírem a vítima para sair com eles, sob o pretexto de levar Vitória para conhecer seus familiares, levaram-na para local ermo e agrediram-na com soco, bem como a estrangularam tanto com cinto de segurança do veículo em que estavam como com as mãos, ocasionando sua morte, sendo que abandonaram o corpo em local de pouca circulação e ocultaram-no parcialmente com galhos”.
Na denúncia consta, também, que “o crime foi praticado com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, qual seja, a dissimulação, haja vista que o denunciado, manifestando interesse em manter um relacionamento amoroso com Vitória, dirigiu-se até a residência da vítima, juntamente com a denunciada, sua esposa, apresentando essa, contudo, como sua genitora, e convidando Vitória para jantar com seus familiares, juntamente com seu filho, de apenas três meses de idade, sob o pretexto de a família dos denunciados conhecê-la, bem como a surpresa, eis que os denunciados encontravam-se em superioridade numérica de forças, atacando a vítima, sozinha e desarmada – de forma repentina – o que lhe reduziu sensivelmente as possibilidades de reação ou fuga”.
Descartada a possibilidade de tráfico humano
A possibilidade de tráfico humano, que, até então, seria investigada pela polícia civil, foi descartada e a investigação a respeito de uma possível rede foi interrompida. Segundo o material do MP, o crime também foi praticado para assegurar a execução e a impunidade do crime de sequestro da criança, que, posteriormente, os dois tentaram registrar em cartório.
Procurado pela repórter, o chefe de investigação Cristiano Carneiro, da 2ª DP de Sapucaia do Sul, explicou que, devido à tentativa de registro em cartório e a conduta demonstrada pelo casal, a possibilidade foi descartada.
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