IGREJINHA

Morte de gêmeas: Pai contrata advogado para se defender

Investigação da morte das irmãs, que morreram em um intervalo de oito dias em Igrejinha, está em andamento na Polícia Civil

Publicado em: 22/10/2024 15:29
Última atualização: 22/10/2024 15:29

O pai das gêmeas Manuela e Antônia Pereira, de 6 anos, que morreram em um intervalo de oito dias em Igrejinha, contratou um advogado. Michel Persival Pereira, de 43 anos, não é investigado. Ele ainda é apontado como testemunha no inquérito que está em andamento na Polícia Civil. A mãe das meninasGisele Beatriz Dias, de 42 anos, está presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, por suspeita de ter relação com as mortes. 


Manuela e Antônia morreram em Igrejinha Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Em nota, o advogado Fábio Fischer, que representa o pai das gêmeas diz que "a família aguarda a finalização das investigações e o aporte das provas periciais" e que  "o pai pontua que não questiona nesse momento a atuação dos órgãos públicos, pedindo por respeito e consideração para com os familiares nesse trágico momento".

O pai já foi ouvido na última sexta-feira (18) e, segundo o advogado, segue à disposição da autoridade policial para "esclarecimentos que possam ajudar na elucidação dos fatos e na responsabilização penal futura".

O caso

As irmãs morreram com um intervalo de oito dias em Igrejinha. Gisele está presa desde o último dia 15, data da morte de Antônia. O juiz da 1ª Vara Judicial de Igrejinha, Diogo Bononi Freitas, decretou a prisão temporária da investigada. A prisão tem validade de 30 dias, ou seja, até a metade de novembro, quando poderá ser prorrogada por mais um mês.

A Defensoria Pública atuou na audiência de custódia. Caso ela não constitua advogado particular, a Defensoria Pública seguirá atuando no caso, mas irá se manifestar apenas nos autos do processo, que encontra-se em sigilo.

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Além da prisão de Gisele, a Justiça determinou que o Hospital Bom Pastor forneça à Polícia todos os documentos médicos relativos à mãe das meninas. A mulher esteve internada na ala psiquiátrica da casa de saúde no mês de setembro. Ela ficou cerca de 15 dias. Após a morte das gêmeas, a investigação policial ouviu funcionários da instituição, que relataram que a suspeita falava que iria machucar as filhas.

Suspeita de envenenamento

Há suspeita de que a causa da morte das gêmeas tenha sido envenenamento, segundo a Polícia Civil. "A hipótese principal é intoxicação externa, que pode ser medicamentos ou até veneno", declara o delegado Cleber Lima, delegado porta-voz da investigação. 

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O pai das meninas foi ouvido na delegacia e liberado. De acordo com o delegado, não há indício de que ele pudesse ter participado do suposto crime. "É descartado pois [o pai] não estava em casa", diz Lima sobre o momento das mortes. O homem teria chegado em casa e já encontrado a filha desacordada, nesta terça-feira. Assim como na morte da primeira menina.

O delegado destaca que já colheu depoimento de familiares e médicos, que dão conta de que a mãe "estava em surto". 

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A confirmação da causa das mortes das gêmeas depende de perícia. Os corpos das duas meninas foram encaminhados para necropsia. A Polícia aguarda laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) que confirmará a causa das mortes. Procurado pela reportagem, o IGP afirmou que ainda não há previsão de liberação e que trabalha para finalizar todas as análises solicitadas.

O Ministério Público (MPRS) também afirma que o caso ainda é apurado e que "acompanha atentamente as investigações, aguardando os laudos periciais e demais atos e apurações para poder se manifestar".

Meninas enterradas em Igrejinha

O corpo de Antônia foi velado e enterrado na manhã desta quinta-feira (17) em Igrejinha. A morte da criança, que aconteceu dias depois do falecimento da irmã gêmea, ainda é investigada pela Polícia Civil. 

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Antônia morreu na manhã de terça, após apresentar, segundo o Corpo de Bombeiros, sintomas parecidos com os que a irmã, Manuela, teve antes de morrer, no dia 7 de outubro. Ambas teriam tido parada cardiorrespiratória.

O corpo da menina foi liberado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) por volta das 16 horas desta quarta-feira (16). A Polícia aguarda os laudos para confirmar a causa das mortes. Manuela foi sepultada no mesmo local na semana anterior.

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