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Morte de gêmeas: "Não foi a Gisele quem fez isso", afirma pai da mulher presa por suspeita de envenenar filhas de 6 anos

Avô, que ajudava a cuidar das netas, diz que vai levar provas à Polícia e tentar habeas corpus na segunda-feira

Publicado em: 19/10/2024 08:39
Última atualização: 19/10/2024 08:39

Perdi minhas netas dessa forma abrupta e a mãe delas, minha filha, está presa injustamente, sem provas.” A declaração é do aposentado Manoel Dias, 65 anos. Ele antecipa que irá levar provas à Polícia, como celulares, e contratar um advogado na segunda-feira (21) para pedir habeas corpus para Gisele Beatriz Dias, 42, suspeita de envenenar as filhas gêmeas Manuela e Antônia, de 6 anos, em um intervalo de oito dias em casa, no bairro Morada Verde, em Igrejinha.

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Gêmeas de 6 anos morrem com intervalo de oito dias após parada cardiorrespiratória Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

“Tenho certeza que não foi a Gisele quem fez isso. Ela tinha muito amor pelas filhas e dava muito carinho a elas.” Manoel observa que ele e a esposa, Ruth Beatriz Dias, 66, tinham convivência próxima com a filha e as netas.

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“Minha filha e as crianças chegaram a morar conosco, aqui em Taquara. Eu levava e buscava minhas netas na escola. Via diariamente a relação de amor entre as três, mas a Gisele decidiu voltar para o companheiro, lá em Igrejinha, de quem já tinha se separado umas cinco vezes.” O aposentado se refere a Michel Percival Pereira, 43, pai das gêmeas.

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Depressão e medicação psiquiátrica

Manoel conta que Gisele está “encostada” pela previdência social, em razão de depressão desencadeada pelo assassinato do filho mais velho, Michel, 22, há dois anos, em Santa Maria, mas que continuava trabalhando em casa, como costureira de bolsas.

Minha filha estava na psiquiatria e recebeu aquele monte de remédios que o médico prescreveu, mas ela não tinha acesso. Se ela quisesse tomar, tinha que pedir ao companheiro”, diz Manoel. Ruth acrescenta que a filha não saía de casa para fazer compras e frisou que costumava estar dopada de medicamentos.

“Teve um dia que ele deu para ela cinco Rivotril”. Seria o dia da morte de Manuela, 7 de outubro. “Falei com ela depois. A Gisele não estava entendendo nada. Enquanto fazia a mamadeira, foi chamada pela Antônia e viu a Manu virada para o lado, com sangue no nariz.”

O aposentado rechaça testemunhos de que Gisele reagiu com frieza. “Ela não saiu de perto do caixãozinho até ser enterrada, sempre chorando.” Na morte de Antônia, no dia 15, conforme ele, Gisele aparentava olhar mais distante, incrédulo. Seria efeito da medicação psiquiátrica. Ele diz não se conformar com a perda das netas. “Coitadinhas, sempre aqui em casa brincando comigo, dizendo ‘vovô, te amo’”.

O aposentado se diz surpreso com a postura da filha que restou de Gisele, de 19 anos, que admitiu em depoimento à Polícia a possibilidade de a mãe ter envenenado as irmãs gêmeas. “Difícil acreditar”, salienta ele, sobre a neta universitária que mora em Santa Maria.

Na sexta-feira, Manoel foi à Penitenciária Feminina de Guaíba para levar roupas e itens de higiene pessoal à filha. “Não consegui ver ela. Ainda está no setor de triagem.”

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