REGIÃO METROPOLITANA

Caso de casal desaparecido há quase 3 anos em Cachoeirinha está próximo de ter desfecho

Rubem Heger e Marlene Stafford Heger desapareceram no dia 27 de fevereiro de 2022

Publicado em: 28/10/2024 18:02
Última atualização: 28/10/2024 18:14

Após 2 anos e 8 meses do desaparecimento do casal Rubem Heger e Marlene Stafford Heger, em Cachoeirinha, na região metropolitana, o caso está próximo de ter um desfecho. A filha e o neto de Rubem, Cláudia de Almeida Heger, 53 anos e Andrew Heger Ribas, 30 anos, serão julgados no fim de novembro.

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Rubem Heger, 85 anos, e Marlene Heger, de 54 Foto: ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO

O júri popular foi confirmado pela comarca de Cachoeirinha e está agendado para ocorrer no dia 27 de novembro, quando o desaparecimento de Rubem e Marlene completará 2 anos e 9 meses. Mãe e filho foram presos em 6 de maio de 2022. Enquanto Cláudia está na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, Andrew permanece no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre.

A defesa de Cláudia, representada pelos advogados Thaís Comassetto Felix, Daniel Eduardo Cândido e Robertha Ferreira da Silva, afirma que a expectativa é que a inocência da cliente seja reconhecida. “E cesse o sofrimento e descaso pela qual vem passando por parte do Estado, diante do grave quadro de saúde que ultrapassa desde que contraiu citomegalovírus no interior da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.”

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Por outro lado, as advogadas Priscilla Marmacedo e Sara Dal Más, que atuam como assistentes de acusação por parte da família das vítimas (Clóvis Heger [filho de Rubem], Marcelo dos Passos Stafford e Mauricio dos Passos Stafford [filhos de Marlene]), afirmam o momento é de satisfação para os familiares.

“Que busca não apenas a responsabilização dos culpados, mas também a paz necessária para seguir em frente após tamanha tragédia”, afirmaram. Elas ressaltam a importância da resposta da sociedade frente após tamanha tragédia.”

A reportagem não conseguiu contato com os defensores de Andrew. O espaço permanece aberto para manifestação.

Relembre o caso

O casal, que morava no bairro Carlos Wilkens, foi surpreendido por uma visita de Cláudia e Andrew no fatídico 27 de fevereiro. Segundo a investigação da Polícia Civil, filha e neto não estavam esperando ninguém para o almoço, no entanto, por volta das 11 horas eles apareceram a bordo de um Ford Fiesta.

Câmeras de monitoramento da vizinhança (veja o vídeo) revelaram a ida de Marlene até o portão da residência. Ela abre o portão, autorizando a entrada de Cláudia e Andrew, que manobram o veículo algumas vezes até estacionar no gramado da residência.

Na sequência, o carro é mais uma vez movimentado, desta vez com a intenção de estacionar na garagem da casa. Um colchão é colocado na frente da garagem, impedindo qualquer visualização por parte dos vizinhos. Cláudia também alcança uma garrafa de cachaça para o vizinho do lado. A mãe do homem afirmou que o filho tinha problemas com álcool e dormiu após ingerir a bebida.

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Perícia encontrou sangue de Rubem Heger em parede que fica em peça anexa aos fundos da casa dele e de Marlene Heger, em Cachoeirinha Foto: IGP

O então delegado da 1ª DP de Cachoeirinha, Anderson Spier, afirmou na época que o colchão teria sido utilizado para esconder a movimentação dos corpos sendo colocados no interior do veículo. A investigação também comprovou que a película escura havia sido instaladas nos vidros do Ford Fiesta dias antes da visita.

Outros materiais, como fitas e sacos de lixo também haviam sido adquiridas por mãe e filho. Testemunhas reconheceram Andrew e confirmaram para a Polícia que ele foi fazer as compras sozinho.

“Ela [Cláudia] diz que o filho é dependente, mas como ele pode ser tão dependente se dirigia sozinho?”, questionou Spier no período de investigação. Andrew possuí laudo comprovando o quadro de esquizofrenia.

Cães farejadores também sentiram o odor de putrefação [processo de decomposição de matéria orgânica], no veículo de Cláudia. Pás sujas de terra e sacos foram achados na casa dela, no bairro Niterói, em Canoas. “Tudo indica que eles saíram de Cachoeirinha mortos.”

No entanto, apesar das buscas, que passaram por Parobé, no Vale do Paranhana, Cachoeirinha e Canoas, os corpos de Rubem e Marlene nunca foram encontrados pela Polícia.

Provas

As provas que determinaram as prisões foram manchas de sangue encontradas na parede de uma peça nos fundos da casa de Rubem e Marlene. “Fizemos a perícia e o sangue era do Seu Rubem. Por estar muito alto, não era possível que tivesse se cortado, provavelmente recebeu algum golpe”, revelou Spier.

Veja o vídeo das câmeras: 

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