Dez pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (5) na Operação Mellarius, que mirou uma organização criminosa especializada em roubos de carga de cigarro no Rio Grande do Sul, conforme a Polícia Civil. O grupo é apontado como suspeito de praticar, pelo menos, 40 crimes dessa natureza, além de causar um prejuízo de mais de R$ 3 milhões.
A ação desta manhã resultou ainda na apreensão de veículos, armas, munições e caixas de cigarro. Ao todo, foram cumpridas 70 ordens judiciais, sendo 40 mandados de busca e apreensão, bem como 12 prisões preventivas e quebras e sequestros de bens nas cidades de Porto Alegre, Cachoeirinha e Gravataí.
Realizada por meio da Delegacia de Polícia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DRFC/Deic), a operação é referente a um inquérito policial instaurado para apurar uma quadrilha que age em forma de organização criminosa com intuito de realizar roubos de cargas em pelo menos oito cidades da região, sendo Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, Canoas, Cachoeirinha, Taquara, São Leopoldo e Novo Hamburgo, além de Eldorado do Sul, Viamão, Porto Alegre e Guaíba, entre outras cidades.
Modus operandi
Ao todo, foram cinco meses de investigação. No decorrer, os membros da organização foram identificados. O grupo possui histórico de mais de 40 roubos de cargas de cigarro, com mais de 20 integrantes.
O modus operandi, segundo a Polícia, é basicamente o mesmo em todos os delitos: usavam para abordar as vítimas uma Fiat Fiorino branca roubada e clonada (usavam inicialmente a placa com início MEL, o que originou o nome da operação), normalmente com algum tipo de isolamento no interior do baú (papel alumínio). Era tripulada por dois indivíduos, que se aproximavam do veículo da empresa e determinavam que o motorista acompanhasse o veículo até o local do transbordo.
Ainda conforme a investigação, em regra, não havia ingresso dos suspeitos no veículo da vítima. Quando isso acontecia, utilizam luvas, casaco e máscaras. Após o transbordo da carga diretamente para o automóvel dos suspeitos, ordenavam o retorno do motorista para o veículo da empresa. A Polícia esclarece que não eram raros os episódios em que trancavam a vítima dentro do baú da própria caminhonete.
O papel alumínio dentro da Fiorino era usado para ampliar a potencialidade do bloqueador de sinal chamado Jammer, dificultando a localização pela empresa e repasse de informações para os policiais. Além disso, para fazer com que o veículo “sumisse”, os criminosos prendiam em torno de três placas, uma por cima da outra, e após o crime, iam retirando-as no decorrer do caminho.
Conforme a Polícia, a quadrilha ainda contava com dois ex-motoristas de uma empresa de cigarros que tinham conhecimento da atuação do gerenciamento de risco da empresa. Havia também o envolvimento de um motorista ativo, o qual era responsável por repassar dados internos, o que facilitava os roubos.
Após consolidadas as suas participações no inquérito policial, a prisão preventiva de todos foi decretada. Todos os alvos da ação possuem extensa ficha criminal, com antecedentes policiais por diversos tipos de delitos.
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