Um caso de maus-tratos contra uma criança de 2 anos é investigado pela Polícia Civil. Na quarta-feira da semana passada (20), uma vizinha fotografou o menino com corrente de cachorro amarrada no pescoço no pátio da casa onde residia com a mãe em Sapiranga, no Vale do Sinos. Segundo a testemunha, a vítima chorava bastante. A vizinhança afirma que era comum ouvir a criança chorando.
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A mulher, que prefere não se identificar, enviou o registro para o WhatsApp do Conselho Tutelar, que foi no local averiguar a situação. Quando os conselheiros chegaram na casa, a mãe de 46 anos teria se recusado receber os agentes do órgão de proteção. Ela também não permitiu acesso à criança. Os nomes dos envolvidos e o bairro onde ocorreu o crime não são divulgados para não expor a criança, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Procurado pela reportagem, o conselheiro Vanderlei Rodrigo de Araújo relata que, quando a equipe de fiscalização chegou na residência, a mulher apareceu em uma janela. Quando informada sobre a denúncia de maus-tratos ela teria dito que “não tinha tempo e que ainda não havia se alimentado.”
“Ela fechou toda a casa e começou barulho de móveis sendo arrastados. A equipe do lado de fora ficou apavorada, pois não sabia o que estava acontecendo e também não escutava barulho do menino”, detalha o conselheiro.
Diante da situação, a Brigada Militar foi acionada. Conforme a BM, a guarnição tentou contato com a mãe, porém ela também negou acesso à casa e ao menino. Os policiais teriam ouvido choro da criança e, por isso, “tiveram que intervir para salvaguardar a integridade física [da criança]”.
De acordo com o Conselho Tutelar, no momento em que conseguiram entrar na residência o menino estava na cama com um telefone celular que usava para brincar. “Ele estava bem, não estava no contexto da denúncia”, fala Araújo sobre o momento do resgate. A mulher morava sozinha com o filho.
Segundo o conselheiro, a mulher contou que “ele comia ração do cachorro e com o intuito de punir ou educar, fez daquele jeito ali [acorrentar]”. De acordo com ele, “o descontrole emocional da mãe era perceptível. Tinha laudos e tudo. Ela é interditada e cuidada pela mãe.”
A criança foi levada para a casa da avó paterna até que o pai, que estava em outra cidade no momento do ocorrido, chegasse para buscá-la. “A guarda, a partir do que aconteceu, está com o pai, que tomou as medidas legais cabíveis e não irá se manifestar”, explica Damaris Imich Medeiros, advogada que representa o pai do garoto.
Após o resgate do menino, a mãe foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação médica e depois para Delegacia de Polícia de Sapiranga para registro da ocorrência. O menino também foi submetido a exames. A reportagem tenta contato com a mulher ou seu advogado. O espaço está aberto para contraponto.
Denuncie
Casos de maus-tratos podem ser denunciados, inclusive, anonimamente, para a Brigada Militar pelo 190. Para o Conselho Tutelar da sua cidade e também pelo Disque 100. Em Sapiranga, onde esse caso aconteceu, o telefone e o WhatsApp do Conselho Tutelar para denúncias é (51) 99707-7650.
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