NEGLIGÊNCIA
Médico que fez parto de mulher que morreu após ter gaze esquecida no corpo vira réu e tem atividade cirúrgica suspensa
Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra o obstetra Joaquim Dellamora Mello
Última atualização: 31/07/2024 21:15
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) contra o obstetra Joaquim Dellamora Mello, responsável pela cesária de Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos, e suspendeu a atividade cirúrgica dele até o julgamento do processo. O documento foi recebido pela 2ª Vara Judicial da comarca de Parobé na última quinta-feira (25).
Mariane deu à luz uma menina no dia 12 de junho de 2023 no Hospital Francisco de Assis, em Parobé, e, após alta hospitalar, começou a sentir dores no abdômen. Já morando em Novo Hamburgo, ela buscou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Canudos, onde foi feito um exame de ultrassom que, segundo parentes, constatou um corpo estranho apontado como gaze na parte de baixo esquerda do abdômen dela.
A mulher foi transferida para o hospital de Parobé, onde passou por duas cirurgias e chegou a ser encaminhada para a unidade de terapia intensiva (UTI). Ela morreu no dia 23 de agosto.
Além da bebê - atualmente com 1 ano - e do marido, ela deixou outros cinco filhos.
LEIA TAMBÉM:
O médico foi afastado pelo hospital dois dias após o óbito, no dia 25 de agosto. Na semana passada, a Associação Beneficente de Parobé confirmou à reportagem que o ele não faz mais parte do quadro de funcionários desde o ano passado.
Investigação
Em novembro, a Polícia Civil indiciou o médico por homicídio culposo e enviou a denúncia ao MP no dia 1º daquele mês. O corpo da vítima chegou a passar por necropsia e, durante a investigação, a Polícia encontrou indícios de negligência na conduta do médico.
O MP denunciou o obstetra por homicídio culposo no dia 24 de julho. A partir de agora, com a aceitação da denúncia por parte do judiciário, ele se torna réu.
*Colaborou: Kassiane Michel