Réu por três homicídios desde dezembro do ano passado, o médico João Batista do Couto Neto voltou a ser preso nesta terça-feira (10) em Novo Hamburgo. O motivo da prisão preventiva, segundo a Justiça, é que ele descumpriu medidas cautelares impostas pelo Judiciário. O advogado de defesa, Brunno de Lia Pires, nega que houve descumprimento e afirma que já entrou com um pedido de habeas corpus.
O médico foi preso nesta manhã na casa onde mora com a família. Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) divulgou nesta tarde, entre as medidas cautelares impostas a Couto estavam comparecer a todos os atos processuais a que for intimado pelo juízo. No entanto, segundo o juiz Flávio Curvello Martins de Souza, que proferiu a decisão, “somente neste ano, foram 13 tentativas de intimar o réu pessoalmente, sem êxito”.
A defesa nega que isso tenha acontecido. “Justificativa não se sustenta minimamente, haja vista o médico estar cumprindo à risca todas as medidas cautelares contra si impostas: não deixou a comarca de Novo Hamburgo em nenhum momento, está respondendo todos os processos movidos contra si e não vem exercendo a medicina.”
Médico é investigado por mortes e lesões
Após ele se tornar réu, o primeiro mandado de prisão foi emitido em dezembro do ano passado. No dia 14 de dezembro, ele foi capturado durante o trabalho no Hospital Municipal de Caçapava, no interior de São Paulo, e solto na semana seguinte.
Os processos, que tramitam em segredo de justiça, são relativos aos três primeiros indiciamentos da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo. Eles tratam da morte de dois homens e uma mulher, todos com mais de 60 anos.
Ele ainda é investigado pela morte de 39 pacientes e de 114 que sofreram lesões corporais ou sequelas, possivelmente em razão de cirurgias do médico no Vale do Sinos, a grande maioria em Novo Hamburgo.
O que diz a defesa
“Com surpresa a Defesa recebeu a notícia da decretação de nova prisão do dr. João Couto Neto. Surpresa diante de tamanha arbitrariedade de quem deveria conduzir o processo com imparcialidade e primar pela presunção de inocência, tendo em vista que o processo se destina justamente a apurar a responsabilidade do réu pelos fatos a que foi denunciado.
A justificativa não se sustenta minimamente, haja vista o médico estar cumprindo à risca todas as medidas cautelares contra si impostas: não deixou a comarca de Novo Hamburgo em nenhum momento, está respondendo todos os processos movidos contra si e não vem exercendo a medicina. Triste ver a justiça enveredar pelo caminho da vingança, prática que infelizmente virou regra no Brasil. Esperamos novamente reverter no Tribunal mais essa injustiça.”
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