Estelionato

"Me senti constrangida", diz moradora que perdeu R$ 6 mil em loja de Nego Di; Polícia prepara inquérito com mais vítimas

Polícia acredita que Canoas concentra maior número de vítimas do influenciador, mas apenas 16 prestaram queixa

Publicado em: 19/07/2024 12:58
Última atualização: 19/07/2024 12:59

O inquérito que levou à prisão do humorista e influenciador Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, por conta de um golpe envolvendo a loja virtual “Tadizuera”, partiu de Canoas, porém somente 16 pessoas registram ocorrência e somaram queixas à investigação.

Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, segue preso em Canoas Foto: REPRODUÇÃO

A informação partiu da Polícia Civil que, após a conclusão do primeiro inquérito, ainda no ano passado, prepara um novo que será remetido em breve à Justiça envolvendo 60 vítimas de estelionato em Porto Alegre.

Segundo o delegado Marco Guns, que conduziu a investigação da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas, é de conhecimento da Polícia Civil que a cidade tem um número maior de vítimas, porém elas não apareceram para prestar queixa contra os crimes.

“O que aconteceu foi que ou a vítima não tinha comprovação do prejuízo que teve com a loja ou simplesmente não apareceu para formalizar a denúncia pelo crime de estelionato”, explicou. “Então, o inquérito acabou sendo concluído com 16 vítimas em Canoas.”

A prisão de Nego Di por suspeita de estelionato, e o pedido de prisão do sócio dele, Anderson Boneti, que permanecia foragido até o começo da tarde desta sexta-feira (19), aconteceu em decorrência de uma investigação iniciada em 2022 e que já soma 370 vítimas em todo o País.

Partindo da enorme popularidade que alcançou na época, Nego Di e o sócio passaram a promover produtos em uma loja on-line. Contudo pelo menos 370 clientes nunca receberam as mercadorias.

Constrangimento

Ainda conforme a Polícia Civil, os prejuízos das vítimas variam bastante, chegando até a R$ 20 mil e R$ 30 mil em alguns casos. O prejuízo total é estimado em mais de R$ 5 milhões.

Moradora do bairro Fátima, em Canoas, uma enfermeira, que preferiu para não ter o nome revelado pela reportagem, contou ter comprado uma série de produtos cujo montante acarretaria um prejuízo de mais de R$ 6 mil.

A vítima, no entanto, acabou deixando de lado e não procurou a polícia na época em que a maioria dos clientes da loja “Tadizuera” começou a reclamar pelo não recebimento das compras.

“Eu comprei uma televisão na época e outros produtos que parcelei no cartão de crédito, então só parei de pagar depois de um tempo e me senti constrangida”, explica. “Li que teve gente que perdeu muito mais.”

Habeas Corpus

A Justiça negou o pedido de habeas corpus solicitado pela defesa de Nego Di no início desta semana. Assim, o humorista permanece preso na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).

O pedido de prisão preventiva foi sustentado com o argumento do risco de fuga, além da possibilidade de serem aplicados novos golpes, já que Nego Di continua somando seguidores nas redes sociais.

A reportagem tentou contato com os advogados que formam a defesa do Nego Di para saber sobre um novo pedido de habeas corpus, porém, até a conclusão desta matéria, não houve retorno.

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