O percurso feito pela universitária Samanta Goulart Ludwig, 23 anos, que foi baleada em um assalto na RS-239 há uma semana, na noite do dia 2, pode ser reconstituído a partir da entrevista exclusiva concedida pela jovem ao ABCmais no último sábado (7).
Um mapa mostra o caminho feito pela estudante, do momento em que ela sai da Feevale até o local onde ela cai em uma vala às margens da rodovia. A ilustração também indica o local onde os assaltantes anunciaram o assalto e iniciaram a perseguição, o ponto em que ela ingressou na contramão da 239 para tentar escapar dos criminosos e o trecho em que os bandidos realizaram o disparo de arma de fogo que acabou lhe atingindo na altura do quadril.
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O assalto, que acabou se transformando em uma tentativa de latrocínio, ocorreu ainda nas imediações da universidade. Samanta saiu da Universidade Feevale pela 239, por volta das 20h55, e ia em direção à BR-116 para seguir até sua casa, no bairro Liberdade, quando foi alvo de dois homens em uma moto Hornet escura (preta ou azul). Da saída da universidade até o momento do roubo da moto foram em torno de 5 minutos.
Criminoso realiza disparo após vítima tentar fuga pela contramão
A universitária conta que seguia a rotina até que percebeu, pelo retrovisor, a aproximação de uma moto em alta velocidade logo após passar pela frente da Feevale no sentido Novo Hamburgo-Estância Velha. Acreditando ser um motociclista apressado, Samanta chegou a ir para a pista da direita para permitir que este seguisse o caminho pela faixa da esquerda.
“Já tinha passado pela Feevale, estava no trecho onde tem aquelas empresas, naquela curvinha meio escura. Quando resolvo olhar de novo no retrovisor, ele [caroneiro da Hornet] já estava me puxando com uma arma em punho. Foi uma coisa muito rápida, eu vi eles vindo longe e quando percebi já estavam em cima de mim”, recorda.
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Ao ser puxada, a jovem iniciou a tentativa de fuga, mas foi perseguida pelos assaltantes. Ela andou em torno de 200 metros, quando conseguiu acessar a pista contrária e continuou a fuga pela contramão. Samanta só não esperava que, assim que realizou a manobra, os assaltantes fossem atirar.
“No que consegui entrar no retorno [e seguir na contramão], ouvi o barulho do tiro. Parecia que tinha pegado no tanque da moto, porque a explosão foi muito alta. Mas, logo em seguida, comecei a sentir uma queimação, uma dor absurda. Eu botava a mão na minha barriga e parecia que sentia o vento passando de um buraco para o outro”, detalha.
Após ser baleada, a universitária conseguiu andar mais 180 metros, quando sentiu as pernas formigarem. Ela parou a moto e se jogou para o lado, caindo em uma vala às margens da rodovia. “Não sentia mais minhas pernas e tive que parar”, conclui. Os assaltantes fizeram o retorno e foram até onde Samanta Ludwig estava caída, pegaram sua moto e fugiram, isso tudo diante dos olhares de algumas testemunhas, que pararam para auxiliar a jovem.
Polícia Civil ouve testemunhas
A equipe do setor de investigação da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Novo Hamburgo prendeu os autores do crime. Um deles foi detido na noite de sexta-feira (6) e o outro na tarde desta segunda-feira (9), ambos em Campo Bom. O trabalho de investigação segue no sentido de buscar elementos que contribuam para a elucidação do crime.
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