Foi marcada pela emoção a despedida, na tarde desta quarta-feira (27), da professora gaúcha Catiúscia Machado, morta aos 43 anos no apartamento em que morava em Sidney, na Austrália.
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A cerimônia restrita a parentes e amigos ocorreu no Cemitério São Vicente. Eliaide Machado, mãe da professora, escancarou a angústia de enfim poder sepultar a filha. Isso após um mês de espera. Eliaide informou que a família optou por uma cerimônia íntima, apenas para os parentes e amigos. Para a mãe, contudo, é importante que casos como esse sejam divulgados o máximo de modo a impedir que “outras mães” passem pelo mesmo drama que vive.
“Uma mãe não deveria ter que enterrar a filha”, desabafou. “Confesso que nunca esperei ter que passar por isso. É dolorido demais pensar na filha morta em um caixão.”
A revolta de Eliaide tem nome e sobrenome. Diogo de Oliveira, 40 anos, foi preso por suspeita do assassinato da professora, na noite do dia 24 de novembro, após um suposto acidente na banheira de casa.
Segundo a mãe, a filha dizia que estava tudo bem em casa, mas relatava a amigas que o companheiro havia trocado doses de cachaça brasileira por litros de uísque americano durante a permanência na Austrália.
“Ela contou a uma amiga que não queria mais o relacionamento e gostaria de voltar ao Brasil. Isso aconteceria até a metade de 2024. Ninguém imaginava que pudesse voltar desse jeito. Ela não merecia isso.”
Apuração
Foi na noite do dia 25 de novembro, pouco depois das 21 horas, que a polícia de Sidney, na Austrália, foi acionada para averiguar o que parecia ser um acidente doméstico envolvendo a professora, encontrada caída em uma banheira.
O acidente se transformou em suspeita de homicídio quando a polícia descobriu evidências de que a vítima havia sido agredida. Diogo de Oliveira foi preso ainda durante a noite do crime e levado a corte australiana na manhã do dia 27 de novembro, quando alegou inocência.
Conforme os hematomas achados no rosto da vítima, a suspeita da polícia é que namorado tenha atingido Catiúscia com um soco, levando a professora a cair de cabeça na banheira. Diogo acabou sendo preso por suspeita de homicídio em decorrência da violência doméstica.
Jornada repetida
Catiúscia foi sepultada no mesmo Cemitério São Vicente onde, há mais de 30 anos, Eliaide Machado se despediu do filho, Osmar Machado Júnior, morto então com 12 anos, em um acidente envolvendo uma arma de fogo nas mãos de uma criança. “Estou repetindo a mesma jornada 30 anos depois a mesma jornada que fiz quando o meu menino morreu vítima de um tiro na cabeça”, lamentou.
Justiça
Após a despedida, as forças de parentes e amigos se concentram na investigação em torno do caso. Diogo de Oliveira tem encontro marcado com a justiça australiana no dia 24 de janeiro. A expectativa da mãe é pela condenação do suspeito pelo assassinato. Embora não fale inglês, ela disse ser informada da situação do caso por meio de amigos da filha na Austrália. “Já descobriram muita coisa sobre ele”, dispara Eliaide. “Tenho muita fé que irá ser condenado e vai continuar bem preso como merece”, completa a mãe.
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