CANOAS

Mãe que tentou asfixiar bebê com gás de cozinha é indiciada pela Polícia e responde processo em liberdade

Defesa rebate acusação apontando que o botijão de gás estava vazio

Publicado em: 15/04/2024 15:53
Última atualização: 15/04/2024 15:53

 

A Polícia Civil confirmou, na tarde desta segunda-feira (15), que indiciou, pelo crime de tentativa de homicídio, a mulher acusada de tentar asfixiar um bebê de apenas 2 anos com gás de cozinha.

Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente está à frente do caso Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

O caso ganhou repercussão em março, quando a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas prendeu a suspeita após receber um vídeo no qual a mãe aparece amamentando a bebê enquanto abre a válvula do gás.

Conforme o delegado Maurício Barison, titular da Delegacia da Criança, explicou na época da prisão, a mãe aparece no vídeo dizendo que tiraria a vida da criança e a sua.

“No vídeo, aparece a investigada amamentando, porém, mostrando que está trancada em um banheiro de residência, com portas e janela vedadas com toalhas e a válvula do gás aberta com um garfo.”

Respondendo interinamente pela DP da Criança, o delegado Rodrigo Caldas esclarece que houve uma investigação - com a mãe inclusive confirmando o que fez em depoimento -, a conclusão do inquérito e a consequente entrega à Justiça com o indiciamento pelo crime.

“Além do depoimento da mãe, há o vídeo e há conversas no WhatsApp em que a mãe faz ameaças e explica o que tinha a intenção de fazer”, resume Caldas. “Houve o entendimento da Polícia Civil tratar-se de uma tentativa de crime hediondo”, conclui.

Presa no dia 18 de março, a mãe responde ao processo em liberdade, já que teve a prisão preventiva relaxada pela autoridade judicial, segundo o delegado. A criança, contudo, permanece com a avó.

“Em depoimento a mãe disse que as duas só não morreram asfixiadas devido a uma intervenção divina”, destaca o delegado. “É claro que agora a defesa da acusada está argumentando uma série de fatores, mas a Polícia Civil agiu para proteger a criança”.

O caso, a partir de agora, é analisado pelo Ministério Público (MP).

Para atingir o pai da criança

Em depoimento prestado na Delegacia de Proteção à Criança, a mulher de 39 anos admitiu que queria matar a criança para chamar a atenção do pai, segundo divulgou na época da prisão o delegado Maurício Barison.

Conforme a Polícia, o pai da menina está preso pelo crime de tráfico de drogas e entorpecentes, mas, mesmo atrás das grades, exercia influência sobre o que acontecia com a mãe da menina.

“Ela queria atingir o pai da criança”, revelou. “Ele está preso e, segundo ela, é um homem muito controlador”, disse o delegado na época.

Defesa alega que não houve intenção

Advogada da suspeita de homicídio, Paula Moura Rauber da Cunha argumenta que nunca houve intenção de matar a criança, já que o botijão estaria vazio e que um simples garfo não conseguiria o efeito de romper a proteção do gás.

“A denúncia partiu de partes que tinham interesse em garantir a guarda da criança”, frisa. “Além disso, minha cliente acabou julgada pelo conteúdo tendencioso divulgado na época da prisão e por isso permanece escondida com medo de sofrer represálias”, acrescenta.

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