A Polícia Civil confirmou, na tarde desta segunda-feira (15), que indiciou, pelo crime de tentativa de homicídio, a mulher acusada de tentar asfixiar um bebê de apenas 2 anos com gás de cozinha.
O caso ganhou repercussão em março, quando a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas prendeu a suspeita após receber um vídeo no qual a mãe aparece amamentando a bebê enquanto abre a válvula do gás.
Conforme o delegado Maurício Barison, titular da Delegacia da Criança, explicou na época da prisão, a mãe aparece no vídeo dizendo que tiraria a vida da criança e a sua.
“No vídeo, aparece a investigada amamentando, porém, mostrando que está trancada em um banheiro de residência, com portas e janela vedadas com toalhas e a válvula do gás aberta com um garfo.”
Respondendo interinamente pela DP da Criança, o delegado Rodrigo Caldas esclarece que houve uma investigação – com a mãe inclusive confirmando o que fez em depoimento -, a conclusão do inquérito e a consequente entrega à Justiça com o indiciamento pelo crime.
“Além do depoimento da mãe, há o vídeo e há conversas no WhatsApp em que a mãe faz ameaças e explica o que tinha a intenção de fazer”, resume Caldas. “Houve o entendimento da Polícia Civil tratar-se de uma tentativa de crime hediondo”, conclui.
Presa no dia 18 de março, a mãe responde ao processo em liberdade, já que teve a prisão preventiva relaxada pela autoridade judicial, segundo o delegado. A criança, contudo, permanece com a avó.
“Em depoimento a mãe disse que as duas só não morreram asfixiadas devido a uma intervenção divina”, destaca o delegado. “É claro que agora a defesa da acusada está argumentando uma série de fatores, mas a Polícia Civil agiu para proteger a criança”.
O caso, a partir de agora, é analisado pelo Ministério Público (MP).
Para atingir o pai da criança
Em depoimento prestado na Delegacia de Proteção à Criança, a mulher de 39 anos admitiu que queria matar a criança para chamar a atenção do pai, segundo divulgou na época da prisão o delegado Maurício Barison.
Conforme a Polícia, o pai da menina está preso pelo crime de tráfico de drogas e entorpecentes, mas, mesmo atrás das grades, exercia influência sobre o que acontecia com a mãe da menina.
“Ela queria atingir o pai da criança”, revelou. “Ele está preso e, segundo ela, é um homem muito controlador”, disse o delegado na época.
Defesa alega que não houve intenção
Advogada da suspeita de homicídio, Paula Moura Rauber da Cunha argumenta que nunca houve intenção de matar a criança, já que o botijão estaria vazio e que um simples garfo não conseguiria o efeito de romper a proteção do gás.
“A denúncia partiu de partes que tinham interesse em garantir a guarda da criança”, frisa. “Além disso, minha cliente acabou julgada pelo conteúdo tendencioso divulgado na época da prisão e por isso permanece escondida com medo de sofrer represálias”, acrescenta.
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