Suspeita de ter assassinado a própria filha, Carla Carolina Abreu de Souza, 29 anos, pode voltar à prisão. Ao menos é o que pretende o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).
O órgão ingressou com um recurso no Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) pedindo a prisão preventiva da mãe da menina Kerollyn Souza Ferreira, 9 anos. A criança foi encontrada morta dentro de um contêiner de lixo no dia 9 de agosto, em Guaíba, na região metropolitana.
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Carla havia sido presa no dia 10 de agosto, no entanto, foi solta após o fim do período previsto em lei para a prisão temporária. A Justiça negou o primeiro pedido de prisão preventiva.
Na sequência, a suspeita acabou indiciada pela Polícia Civil por maus-tratos com resultado morte e violência psicológica. No último dia 24 de setembro, Carla foi denunciada pelo MPRS por homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado. A Justiça acatou o pedido, ela se tornou ré e segue respondendo em liberdade, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica.
No que se refere ao recurso, pedindo a prisão preventiva, o promotor Rafael Riccardi afirmou que Carla descumpriu o dever legal de proteção, bem como criou o risco de morte da filha ao ministrar medicamento na criança. A mãe ainda foi denunciada por maus-tratos em relação à Kerollyn e a outros três filhos.
O pai da vítima, Matheus Lacerda Ferreira, também foi denunciado, mas por abandono material pelo fato de deixar de prover auxílio à subsistência da filha.
Contatos com as defesas
A reportagem do Grupo Sinos contatou a defesa de Carla, representada pelos advogados Thais Constantin e Welynton Noroefé. Em nota repassada à imprensa, eles afirmaram que recebeu a notícia do recurso com surpresa e preocupação.
“Durante todo o curso na investigação ficou nítido que a perícia técnica não sustenta a linha investigativa. A defesa seguirá trabalhando pela absolvição de Carla, sustentando a inocência com o conteúdo de provas que já encontra dentro do processo e combatendo manobras acusatórias que buscam desviar das devidas responsabilidades tanto das instituições quanto das pessoas que foram omissas durante a vida e a morte de Kerollyn.”
Em relação à defesa de Matheus, a reportagem não conseguiu contato e o espaço está igualmente aberto.
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