A mãe de Anna Pilar Cabrera, de 7 anos, foi indiciada por homicídio duplamente qualificado, por meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Para a Polícia Civil, Kauana Maiara Nascimento, 31, é a principal suspeita de ter matado a própria filha a facadas no último dia 9 de agosto. O crime aconteceu no apartamento onde as duas moravam, no Centro de Novo Hamburgo.
“Há um conjunto de provas que indica autoria inequívoca da investigada. Neste contexto, ela inclusive foi presa em flagrante logo após o fato, suja de sangue e com a arma do crime no mesmo local. Faca esta que pertencia à autora do crime. Ainda, todos os demais elementos de prova colhidos e depoimentos apontam a autoria”, sustenta a Policia, em nota à reportagem.
A defesa de Kauana é feita pela Defensoria Pública Estadual. Procurado pela reportagem, o órgão afirma que se manifestará apenas nos autos do processo, já que o caso tramita em segredo de Justiça.
O inquérito com o indiciamento foi remetido ao Ministério Público no dia 20 de agosto.
Sob custódia no hospital
Desde o fato, Kauana está recebendo atendimento médico. Ao ser encontrada, os socorristas observaram que ela tinha ao menos uma lesão de faca, no meio do peito. Inicialmente ela foi internada no Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH). Depois, “por recomendação psiquiátrica”, conforme informou a Fundação de Saúde de Novo Hamburgo (FSNH), foi transferida para o Hospital de Charqueadas, na região carbonífera, onde já está há 11 dias.
Durante todo o período de internação, a mulher permanece sob custódia da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
O crime
Após ouvirem gritos no fim da tarde da sexta-feira do dia 9, vizinhos se depararam com a menina já morta na escadaria do Edifício Galeria Central, que fica entre as ruas Joaquim Nabuco e Lima e Silva. A mãe estava no chão ensanguentado e parecia desesperada, conforme os relatos.
A suspeita chegou a dizer aos vizinhos que a menina teria caído das escadas. Porém, os socorristas constataram que a criança tinha perfurações profundas, principalmente no tórax e abdômen. A possível faca do crime foi apreendida sobre a cama do apartamento onde moravam.
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Segundo a Polícia Civil, o depoimento de Kauana foi rápido. Ela insultou policiais e ao ser questionada sobre o fato, ficou em silêncio.
A mulher e o pai da criança já estavam separados, mas, vizinhos ressaltaram que ele visitava a filha com frequência. Técnico em informática, o argentino Andrès Cabrera, 42, foi avisado sobre o fato e chegou ao local inconsolável. O corpo de Anna foi sepultado no Dia dos Pais.
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