Há mais de dois meses, no dia 12 de outubro, Priscila Alves Diniz, 34 anos, chegava para abrir o restaurante do marido no bairro Canudos, onde trabalhava como cozinheira. Tudo parecia normal, parte da rotina, até que foi abordada por dois homens. Um deles, armado, tentou atirar nove vezes antes de conseguir alveja-lá.
A mulher foi socorrida e levada para o Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH), onde morreu dois dias depois. O crime foi investigado pela Polícia Civil e quatro pessoas acabaram presas.
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Entre os suspeitos estavam o marido de Priscila e proprietário do restaurante, Jonas Diniz da Silva, 41 anos e a mãe dele, Terezinha Diniz da Silva. No entanto, Jonas foi solto após a Polícia esclarecer que ele não participou da trama para matar a esposa.
Outros dois homens, que aparecem nas imagens gravadas por câmeras de segurança, também foram presos. Um deles foi identificado como o executor de Priscila.
Desde então a família da cozinheira, formada em gestão de Recursos Humanos (RH), não havia se manifestado. O cenário mudou nesta quarta-feira (18), quando os familiares da vítima divulgaram uma carta aberta.
Luto por Priscila
Na mensagem, deixam claro que seguem vivendo o luto pela morte de Priscila. “Já se passaram mais de dois meses e a dor da saudade só aumenta.”
Um dos membros da família, que optou por não se identificar, detalhou a relação abusiva entre Priscila e Terezinha. “A sogra a tratava muito mal, as brigas eram constantes e a relação não era boa.”
No entanto, com o marido a situação era diferente. “O que prendia ela àquela família era a relação dela com o Jonas. Eles se davam muito bem.” Ainda assim, reclamava para familiares que o marido não a defendia durante as humilhações da sogra. “Permanecia em silêncio.”
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A familiar conta que Jonas teria defendido a esposa apenas uma vez. “Quando ela foi agredida pela sogra, levou um tapa na cara.” Questionada sobre a reação do marido de Priscila, explica que o homem repreendeu a própria mãe. “Jogou as coisas da mesa no chão e disse que a mãe não deveria agir daquela maneira.”
Entretanto, a defesa não foi suficiente para salvar a vida de Priscila. Segundo a Polícia Civil, foi Terezinha que planejou e encomendou a morte da nora. Ela segue presa temporariamente no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre.
A reportagem busca contato com a defesa de Terezinha, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para manifestação.
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