A prisão preventiva de David da Silva Lemos, de 29 anos, suspeito de matar os quatro filhos em Alvorada, foi decretada pelo Poder Judiciário na quarta-feira (14). O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) confirma que a preventiva foi deferida, mas que os detalhes da decisão não serão divulgados pois estão em Segredo de Justiça.
Em nota, a Defensoria Pública do RS afirma que o preso “informou que, em princípio, não constituirá advogado particular”. O órgão confirma que atuará na defesa do investigado e que “irá se manifestar somente nos autos do processo”.
Lemos teria cometido o crime por vingança, para atingir a ex-companheira, motivado por ciúmes. A mulher é mãe das três meninas, 3, 6 e 11 anos, e do menino de 8 anos. Após a prisão em flagrante, que aconteceu na madrugada de quarta-feira em Porto Alegre, o suspeito teria confessado o crime em conversa informal com policiais. Depois do flagrante, a Polícia Civil solicitou à Justiça a prisão preventiva do homem.
As circunstâncias das mortes são investigadas. O delegado Edimar de Souza, titular da Delegacia de Homicídios de Alvorada, diz que testemunhas relataram à Polícia que o casal estava separado há cerca de seis meses. À época, a mulher teria deixado a casa onde vivia com o suspeito e levados filhos com ela para a capital.
“Ele não aceitava a separação, queria voltar. Segundo ele, ela teria outro relacionamento”, afirma o delegado.
Após o divórcio, o homem teria agredido a mulher, que solicitou medida protetiva e passou a impedi-lo de ver as crianças. Há cerca de duas semanas, porém, conforme relato de testemunhas à Polícia, ela teria feito um trato com o ex-companheiro para que ele voltasse a visitar os filhos.
No último fim semana, os dois teriam combinado que as crianças ficariam com o pai até domingo (11), data em que ele deveria levá-las de volta à casa da mãe, o que não aconteceu. Na segunda-feira, o homem teria se recusado, novamente, a entregar as crianças à ex-esposa.
Na terça, a mulher teria pedido a uma amiga que buscasse seus filhos. Ao chegar ao endereço, no bairro Piratini, porém, deparou-se com as crianças já sem vida.
De acordo com relatos de peritos que atenderam a cena de crime, os assassinatos aconteceram na tarde de segunda-feira. Três crianças foram mortas a facadas, e uma, a mais nova, asfixiada. Os corpos foram encaminhados para procedimentos de identificação e necropsia no Departamento Médico-Legal. Segundo o delegado, a avó paterna das vítimas, que mora na casa com o suspeito, não estava no local no momento do crime.
Flagrante na capital
O pai das quatro crianças foi preso em flagrante na madrugada de quarta-feira em um hotel, no Centro Histórico de Porto Alegre. O homem estava sentado em um canto do saguão do estabelecimento, onde foi abordado e detido pelos policiais.
O suspeito ainda não prestou depoimento à Polícia oficialmente. Informalmente, disse que, além dos golpes de faca, teria dado um “chá” para as crianças tomarem naquela tarde. O delegado afirma que os laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) irão identificar se houve envenenamento.
A identidade das vítimas não é divulgada, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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