O caso do médico do Samu suspeito de matar a esposa em Canoas teve um novo desdobramento nesta quinta-feira (5). A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) contra André Lorscheitter Baptista, de 48 anos. Ele responderá pelos crimes de feminicídio e fraude processual.
A decisão é do juiz Diogo de Souza Mazzucatto Esteves, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas. O magistrado acolheu o requerimento do MPRS e arquivou o inquérito policial em relação ao crime de furto contra o médico e em relação aos outros três indiciados que eram apontados na investigação como possíveis autores do delito de alteração do local dos fatos.
A esposa dele, Patrícia da Rosa dos Santos, 41, foi encontrada morta na residência do casal no dia 22 de outubro, vítima de parada cardíaca. A investigação policial descobriu que a enfermeira havia sido dopada até a morte. A denúncia do MPRS reforça que a mulher com quem o réu tinha um filho de 2 anos morreu em decorrência de medicamentos que ele ministrava à vítima. Por conta da intoxicação, as doses provocaram a parada cardiorrespiratória.
De acordo com o Tribunal de Justiça gaúcho, o caso foi enquadrado como feminicídio, crime autônomo (Art. 121 a do Código Penal) que passou a fazer parte do Código Penal em outubro deste ano, deixando de ser uma qualificadora do crime de homicídio. Com isso, o médico será julgado pela morte da esposa com aumento de pena: vítima ser mãe de uma criança (filha do acusado), menosprezo ou discriminação à condição de mulher, emprego de meio insidioso e veneno mediante recurso que dificultou a defesa de Patrícia.
O processo tramita em segredo de justiça. Segundo o TJ, o médico será citado para apresentar resposta à acusação e depois será designada audiência de instrução e julgamento.
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