VALE DO SINOS
Juíza toma decisão sobre casal que matou técnica de informática para ficar com bebê da vítima
Em trama insana, os acusados tentaram registrar menino de três meses em cartório após assassinar mãe da criança
Última atualização: 28/02/2024 21:15
Ao acreditar no homem que prometia casar e assumir o filho recém-nascido dela, a técnica de informática Vitória da Silva Saliba Rodrigues, 28 anos, caiu em emboscada e perdeu a vida de forma brutal. Quase um mês após o assassinato em Sapucaia do Sul, o homem, que tem 25 anos, vira réu junto com a esposa, de 47 anos.
Na tarde desta terça-feira (27), a juíza da 1ª Vara Criminal da cidade, Greice Moreira Pinz, aceitou a denúncia contra o casal, que deve ir a júri popular. O processo está em segredo de justiça. Os dois, que não tiveram os nomes revelados, são acusados de matar Vitória para ficar com o filho de três meses da vítima. Uma trama insana.
Em combinação com a esposa, o homem conquistou Vitória e passou a namorá-la. Na noite de 28 de janeiro, foi à casa da vítima com a companheira, que apresentou como sua mãe, e convidou Vitória para conhecer o restante da família. Falou que também queria mostrar o bebê aos parentes. Apaixonada, a técnica de informática encarou o gesto como um passo importante no relacionamento e entrou no carro.
A execução
“Levaram-na para local ermo e agrediram-na com soco, bem como a estrangularam tanto com cinto de segurança do veículo em que estavam como com as mãos, ocasionando sua morte”, fundamenta a promotora Maristela Schneider, na denúncia enviada na última sexta-feira (23) ao fórum. Ela acrescenta que o corpo foi abandonado em local de pouca circulação, no bairro Ipiranga, e ocultado com galhos. O casal levou a criança para casa.
Corpo foi encontrado na manhã seguinte
O corpo foi encontrado por populares na manhã seguinte, dia 29 de janeiro. A Polícia descobriu que a vítima tinha um bebê, que estava desaparecido. Apurou que Vitória tinha saído na noite anterior com um casal e, no dia 2 deste mês, chegou ao suspeitos. A criança estava na casa deles, em bairro não informado de Sapucaia.
A mulher tentou convencer os policiais que era a mãe do menino e se recusou a entregá-lo. Com mandado de prisão preventiva já decretado, ela e o companheiro acabaram confessando. O bebê foi entregue no mesmo dia ao pai, que mora com os pais.
Compras mostram que crime foi premeditado
A compra de roupas infantis, mamadeira e outro itens para bebê, antes do assassinato da mãe, mostra que se trata de crime premeditado. Quando o casal foi preso, já tinha ido a um cartório, em cidade não revelada, para registrar o menino. Também já haviam apresentado a criança a familiares como filho legítimo. Os réus respondem por feminicídio qualificado, sequestro e alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido.