Ao acreditar no homem que prometia casar e assumir o filho recém-nascido dela, a técnica de informática Vitória da Silva Saliba Rodrigues, 28 anos, caiu em emboscada e perdeu a vida de forma brutal. Quase um mês após o assassinato em Sapucaia do Sul, o homem, que tem 25 anos, vira réu junto com a esposa, de 47 anos.
Na tarde desta terça-feira (27), a juíza da 1ª Vara Criminal da cidade, Greice Moreira Pinz, aceitou a denúncia contra o casal, que deve ir a júri popular. O processo está em segredo de justiça. Os dois, que não tiveram os nomes revelados, são acusados de matar Vitória para ficar com o filho de três meses da vítima. Uma trama insana.
Em combinação com a esposa, o homem conquistou Vitória e passou a namorá-la. Na noite de 28 de janeiro, foi à casa da vítima com a companheira, que apresentou como sua mãe, e convidou Vitória para conhecer o restante da família. Falou que também queria mostrar o bebê aos parentes. Apaixonada, a técnica de informática encarou o gesto como um passo importante no relacionamento e entrou no carro.
A execução
“Levaram-na para local ermo e agrediram-na com soco, bem como a estrangularam tanto com cinto de segurança do veículo em que estavam como com as mãos, ocasionando sua morte”, fundamenta a promotora Maristela Schneider, na denúncia enviada na última sexta-feira (23) ao fórum. Ela acrescenta que o corpo foi abandonado em local de pouca circulação, no bairro Ipiranga, e ocultado com galhos. O casal levou a criança para casa.
Corpo foi encontrado na manhã seguinte
O corpo foi encontrado por populares na manhã seguinte, dia 29 de janeiro. A Polícia descobriu que a vítima tinha um bebê, que estava desaparecido. Apurou que Vitória tinha saído na noite anterior com um casal e, no dia 2 deste mês, chegou ao suspeitos. A criança estava na casa deles, em bairro não informado de Sapucaia.
A mulher tentou convencer os policiais que era a mãe do menino e se recusou a entregá-lo. Com mandado de prisão preventiva já decretado, ela e o companheiro acabaram confessando. O bebê foi entregue no mesmo dia ao pai, que mora com os pais.
Compras mostram que crime foi premeditado
A compra de roupas infantis, mamadeira e outro itens para bebê, antes do assassinato da mãe, mostra que se trata de crime premeditado. Quando o casal foi preso, já tinha ido a um cartório, em cidade não revelada, para registrar o menino. Também já haviam apresentado a criança a familiares como filho legítimo. Os réus respondem por feminicídio qualificado, sequestro e alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido.
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